quarta-feira, 29 de setembro de 2004

Tsé-tsé, Morfeu, maçã envenenada, narcolepsia, Rainha Mabe...

Dormi o dia inteiro hoje. E mesmo assim não fiquei com sensação de mofada... de que o dia não passou. Ele passou, sim. Mas não consigo me lembrar se sonhei com o dia. Só sei que senti muito sono, o dia todo. Devo ter dormido umas 15 horas.

domingo, 26 de setembro de 2004

Caiu!

Deixei cair de novo meu amplificador!
E dessa vez ele parou de funcionar!
Olha ele aqui.
Será que eu abro? Será será?
Vontade de abrir. Será que eu consigo consertar??!

sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Prolixificando II

Teve um post que se chamou prolixificando.
É porque acho este blog muito falastrão.
E minha tendência de escritura (fora blog) é de sempre querer um ponto de singularidade meio inalcançável, de explodir o que foi escrito antes e implodir. E aí todos os meus textos poderiam ser nem mesmo escritos??
Ah é... deve ser por isso que fiz o blog, faz sentido. Pra cultivar a prolixidade e não ficar descontrolada atrás de um texto não só plurívoco como onívoco.
Ecat.
Tou com saudade do universo. Nham nham nmmhnffhmf mfmffffff,

terça-feira, 21 de setembro de 2004

Quanto estou fazendo uma versao,

fico com o dicionário do lado. Em geral ele fica aberto em páginas da seção português-inglês. E, às vezes, enquanto estou esperando o computador fazer alguma coisa, fico lendo os verbetes. E é muito engraçado quando esqueço (por causa do momento cabeça de vento) que a palavrinha em negrito está em português e não em inglês. Aí fico lendo aquela palavra em português com pronúncia em inglês e achando que tem alguma coisa errada. Agora mesmo li "Pender" assim: pênderrr. Hahahah. Fiquei aqui rindo sozinha... E não foi a primeira nem a décima vez que isso aconteceu. :)))
Adoro esses momentos inesperadamente divertidos das tardes de trabalho/estudo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

O Grupo Corpo esta em Brasilia!!!

E eu só fiquei sabendo agora... Será que consigo comprar ingresso???
Poxa, quero muito ver essa coreografia nova, usando as músicas do Ernesto Lecuona. A Ciça disse que é lindo.
Caramba caramba. Será que consigo ingresso???

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Ephemeral Sunset of the Cold Body

Hoje à tarde matei os estudos e fui ao cinema. Adoro ir à matinée, mais ainda se for dia de semana. Fui assistir "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" no Academia, antes que saia de cartaz.

Todo mundo que conheço (fora minha irmã de 15 anos) e viu amou... Alguns choraram, outros colocaram entre os favoritos, reações entusiasmadas mesmo. Poxa, eu fui preparada para levar um choque emocional, já estava quase desejando aquela sacudida braba, sair chorando do cinema, ou muito pensativa, ou querendo amar o primeiro (ou primeira, sabe lá) que aparecesse. Mas acho que nunca me vi tão calculista num cinema, afe. Foi bem esquisito... Gostei muito da construção do filme, da fotografia, das caricaturas, dos atores... Mas não consegui sentir uma emoçãozinha relacionada ao caso de amor dos dois sequer.
Isso mexeu comigo... saí do cinema meio preocupada, nunca senti isso antes: medo de endurecer. E olha que já quis sentir, acho que na adolescência um amor malogrado sempre dá esse efeito. Impressionante. Quando eu digo que estou nessa fase meio blasé eu mesma fico não acreditando muito, por causa do passado. Mas as coisas vão rolando e eu vou percebendo que de fato estou mais quieta.
Enfim, fiquei um tempo me sentindo desconfortável, insensível, chata. Poxa, todo mundo achou lindo...
Mas depois pensei pelo lado bom: da próxima vez que eu gostar mesmo de alguém, a coisa toda vai ter mais graça porque vai ser uma surpresa. É uma bênção não ficar naquela de expectativa, insegurança, sentir-se inferior...

Ah, esse título do post foi meio forçado. Acho que "mind" fica melhor no lugar de 'body". O coitado do body não tem nada a ver com a estória.

quinta-feira, 9 de setembro de 2004

Eu me expressei mal

Fazendo jus ao nick que usei durante um tempo, "eumeexpresseimal", hoje notei um tropeço que é típico meu. Estava conversando com um pessoal lá do curso JB, e disse que tinha ido ao parque caminhar e fiquei surpresa porque as mulheres tomavam sol no meio de todo mundo. Mas disse isso como quem ficou chocada... Enquanto na verdade eu não fiquei chocada, só surpresa... e se parasse pra pensar um pouco até acharia a idéia boa, as pessoas usarem espaços públicos tranquilamente, não terem vergonha de seus corpos, etc. Mas acho que a tentação inconsciente de falar sempre num tom "indignado" ou um pouco mais inflamado é muito grande e eu acabo pisando na bola. Haha. Devo ter parecido uma pudica moça provinciana. Haha. Haha!

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Volto ja

Oi!
Estou fazendo uma redação com o tema "A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento". Portanto, volto mais tarde com um tema mais prosaico e deglutível para desenvolver de forma truncada e deliciosa, como a internet gosta. Beijos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2004

Quero fazer uma festa

Estou com vontade de fazer uma festa, mas eu ia ter que tocar, né.

Bate outra vez

O título é nada mais que uma ressaca... mas não uma qualquer.
Hoje acordei nocauteada por ter comido muito chocolate e muito amendoim. E não foi a primeira vez neste ano...
A primeira foi mais leve, só um enjôo. Dessa vez me senti muito baqueada, como se tivesse tomado um porre dionisíaco, daqueles bem pecadores. Mas foi chocolate e amendoim. Que eu sempre soube atacam o fígado, mas fiz vista grossa. Só sei que tomei muita água hoje, muita mesmo – e não vou perder o hábito. E vou dosar melhor o chocolate... amendoim foi só um percalço. Mas choco é sistêmico.

domingo, 5 de setembro de 2004

O maior subterfugio de todos

Com a razão você resolve qualquer coisa, verbalmente. Materializa uma idéia, destece, destece, destece, prova. Fico muito cansada disso como verdade. Mas é ótimo a razão ser subterfúgio da emoção. É bom não ter que existir verdade inexorável na razão... Prefiro que seja mesmo só exercício. Por isso gosto tanto das ciências, humanas e exatas. E das artes, sem confundir com lirismo. Adoro exercício.
E gosto de lirismo também, mas longe dos livros e das regras, perto só de mim.

Mas o fato é que gente é emoção. O resto é blá blá blá.

sexta-feira, 3 de setembro de 2004

Sobonfu

Um dos melhores livros que li este ano foi "O Espírito da Intimidade" de uma africana chamada Sobonfu Somé. Não
é literatura, nem filosofia, nem muito menos auto-ajuda. É um livro lindo em que ela explica de forma muito delicada e simples como sua tribo (Dagara) vê os relacionamentos. É claro que a muita coisa é diametralmente oposta ao que estamos acostumados... Burkina Faso é quase outro mundo. Mas é nesse quase que a gente tem de prestar atenção... O livro foi escrito por uma pessoa, para pessoas. E acho muitíssimo sensível, sem contar que traz alguns conceitos que, na minha concepção, nós ocidentais ainda não absorvemos porque não somos sofisticados o suficiente. Como, por exemplo, não ter expectativas ou fazer manutenção saudável de um relacionamento...
Recomendo.
Antes pensei em transcrever um trecho do livro aqui, mas acho que quem realmente se interessar vai, de alguma forma, chegar até ele.
:)

Repara como pinga mesmo

Wie ein blasser Tropfen Bluts
Färbt die Lippen einer Kranken,
Also ruht auf diesen Tönen
Ein vernichtungssüchtger Reiz.

Wilder Luft Accorde stören
Der Verzweiflung eisgen Traum –
Wie ein blasser Tropfen Bluts
Färbt die Lippen einer Kranken.

Heis und jauchzend, süss und schmatend,
Melancholisch düstrer Walzer,
Kommst mir nimmer aus den Sinnen!
Haftest mir an den Gedanken,
Wie ein blasser Tropfen Bluts!

(Valse de Chopin - Otto Erich Hartleben, gegründet auf den Texten von Albert Giraud, in Pierrot Lunaire)

Agora, antes de ler a tradução, repara no som, presta atenção no poema acima, mesmo sem entender alemão. E aí depois lê ali embaixo, vê só como o som diz muito. É lindo! E depois, se quiser, procura o Schönberg pra completar.






Como o sangue a gotejar
Tinge os lábios de um doente,
Também tomba destes timbres
Um mortífero torpor.

Um a um, os sons ressoam
No gelado pesadelo
Como o sangue a gotejar
Tinge os lábios de um doente.

Torturante, doce e doida,
Melancólica é a valsa
Que se infiltra nos sentidos
E retine na lembrança
Como o sangue a gotejar.

(Valsa de Chopin - versão de Augusto de Campos, in Pierrô Lunar)

quinta-feira, 2 de setembro de 2004

Os bodes do cerrado

Sabe aquelas caveiras de bode típicas de cenas da seca nordestina?
Então, aqui em Brasília tem uma coisa diferente.
Ontem cheguei em casa perto de quatro da tarde, sol forte. Entrei no quarto e, pelo janelão, vi formas estranhas no gramado do quintal (seco). Demorei a ajustar a vista, até perceber que eram folhas secas de bananeira. Tortas e com uma cor marrom desbotada... Pareciam mesmo caveiras. Aliás, parecem ainda; tirei foto com meu celular, porque era a única câmera disponível, mas não tenho como passar pro computador. Se alguém tiver uma antena bluetooth pra me emprestar...

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

13h e um roncador

Eu e Paula fomos a uma apresentação no CCBB, 13h de hoje. Antes de falar do pianista, não posso não comentar sobre a platéia. Um senhor estava ao nosso lado e não parou de roncar. Roncar! Eu nem mesmo sei se ele estava dormindo... talvez ele ronque acordado. Coitado, vai ver tem algum problema respiratório. Mas foi bem desagradável. Acho que ele não dormiu, já que fez alguns comentários com o indefectível JCCC na hora do intervalo. Do outro lado do teatro, tinha uma excursão de idosos – me sinto até meio mal por reclamar – mas eles fizeram muito barulho, muito mesmo... Em alguns momentos, o pianista tirou os olhos do piano e fez "aquele" contato visual pro lado deles. Foi um pouco chato, fiquei sem saber o que sentir, mas acho que de fato o pessoal da excursão devia ter sido instruído sobre como se portar na sala de espetáculo... Tadinho do pianista. Vou ter de falar dessa forma carinhosa, afinal de contas ele é um gracinha. Não posso omitir. Tem ascendência bósnia... tenho uma queda por meninos dessas plagas, eles têm narizes interessantes e uns olhares diferentes.
Gregor Vidovic – tocou muitíssimo bem os "Quadros de uma exposição" do Mussorgsky, foi lindo. Em alguns momentos foi quase lindo demais, as "Catacumbas", apesar do nome... quase me pus a chorar. Ele tocou Liszt também, eu tinha achado lindo até que tocou o Mussorgsky (que foi o último). A primeira peça foi Bach, mas a interpretação foi meio moderna demais. A Paula comentou que não houve diferença de execução entre o Bach e o Liszt, e então é de se esperar que no segundo desse mais certo o estilo interpretativo dele. Eu adorei que ela ajudou a pôr nome no instinto – disse que muitos têm mania de tocar barroco como fosse romântico. Fica esquisito mesmo, não encaixa muito bem.
Aliás, já que estou falando de música, fiquei como contralto na minha aula de canto coral. A-do-rei! Prefiro cantar em registros graves. O regente disse que sou mezzo, mas que devo "estar" contralto pela falta de contingente. Legal, adorei mesmo.