quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

lembrei

hoje me lembrei de uma vez que, quando era bem criança, meu pai tava fazendo a curva e eu dentro do carro; e o amigo dele maurão que tava no banco do passageiro, ao passarmos por uma placa escrito "ligue pizza", disse para si: "ligue pizza".
adoro lembrar esses acontecidos, sem querer. =)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

I love Mercury Rev =)

Holes

Time, all the long red lines, that take
Control, of all th smokelike streams that flow into yr
Dreams, that big blue open sea, that can't be
Crossed, that can't be climbed, just born
Between, oh th' two white lines, distant gods an' faded
Signs, of all those blinking lites, you had t' pick the one tonite...

Holes, dug by little moles, angry jealous
Spies, got telephones for eyes, come t' you as
Friends, all those endless ends, that can't be
Tied, oh they make me laugh, an' always make me
Cry, til they drop like flies, an' sink like polished
Stones, of all th' stones i throw, how does that ol' song go
how does that ol' song go...

Bands, those funny little plans, that never work quite right.

Jonathan Donahue

domingo, 20 de fevereiro de 2005

um, dois, todos

os filmes mostram escritores que publicam livros sobre sua vida. Quando os escritores conversam com editores, discutem a verossimilhança dos personagens. Quando têm momentos de branco, passeiam por aí e pensam sobre o futuro dos personagens, seus caracteres idiossincráticos ou psicológicos. Encontram alguém conhecido e a pessoa pergunta SOBRE o que é o livro.
É assim que as pessoas vêem o escritor: como ser inspirado e portador de dom especial.
Livro nasce num computador, numa escrivaninha, no meio de dicionários e livros de referência. Depois de muito ler e pensar. Depois de planejamento. E nasce aos poucos. Sai, sofre cortes e adições, depois tudo de novo e mais uma vez. Se os livros representassem o mundo real, seriam sempre um fracasso. Eles representam a si mesmos e são construções. A estória mais interessante poderia ser a coisa mais grotesca do mundo se mal escrita.
Os escritores não são um bando de vaidosos querendo propagar pelo mundo suas histórias de vida. E muito menos desocupados em busca de inspiração. E não têm dons, a não ser que se chame de dom a consciência de que para escrever algo bom deve-se trabalhar e muito. Qualquer um pode ser escritor, talvez essa seja uma idéia difícil de encarar para quem usa como desculpa não ter o dom.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Boa noite a todos os presentes.

Hoje não falarei apenas da denominação que nos é dada nesta cerimônia. Mesmo trabalhando em frentes diversas, somos unidos na invenção e renovação de nosso lugar. Sentimo-nos em casa tanto mais participamos de sua construção. O ser humano, ao adaptar a natureza a seus desígnios, constrói lugar nos rastros de não somente suas necessidades mas também de suas aspirações. Tal lugar está em constante transformação; pelo modo de ser de seu construtor, será questionado, analisado, apreciado, modificado. E é precisamente tal modo que permite que o lugar humano seja menos suporte físico do que condição, intermitente reflexão de si registrada em comportamentos, sentimentos, conceitos, imagens, mecanismos, formas, cores e assim por diante.
O olhar, portanto, é ferramenta de construção e interpretação. Deve desencadear a expressão da relação do homem consigo e com seu meio em veículos diversos; para o designer, em instâncias da vida prática.
Desatento é o que não vê a oportunidade de, nos mais discretos suportes, exercer a condição humana exclusiva, que é a de por em jogo o próprio modo de ser, reafirmar e celebrá-lo. Enriquecer aquilo que utilizamos e enxergamos todos os dias, coisas que nos acompanham e formam nosso léxico pessoal. Tal olhar, cabe também ao designer dele ser consciente em todas as horas, colher seu sofisticado material de construção. O olhar capta não apenas imagens, mas é atento a todos os sentidos e às idéias, tantas quanto possíveis; constrói primeiro pontes e, aos poucos, aprende a extrapolar seu material, inventa outros novos.
Neste momento não se encerra nosso aprendizado, é seu início que é afirmado e reconhecido, vêem-se apenas as primeiras veredas a serem percorridas no processo que será diferente para cada um. Até agora foram-nos dados instrumentos de naturezas diversas. Enquanto sobressai-se o viés técnico e metodológico de nosso ofício, para nós a convivência e troca de impressões sobre o que aprendemos e produzimos, ao menos neste momento é, sem dúvida, o maior destaque. Colegas, professores, funcionários: fomos pessoas que observam, interagem, conversam, questionam e crescem. Cada um em seu caminho, sem perder o outro de vista. Sem perder oportunidades de confrontação de idéias.
Hoje confirmamos, frente aos que de alguma maneira participaram de nossa trajetória, nosso desejo de contribuir com a construção do lugar em que vivemos. A construção conjunta para a qual nos sentimos agora mais aptos, de cuja necessidade e sofisticação somos mais conscientes; na qual começamos pela base, porém sem deixar de olhar para o alto. Hoje desejo a todos os colegas um percurso feito de incessante curiosidade sobre nós mesmos e nossas capacidades; que nossas escolhas, por mais diversas, jamais deixem de lado a vontade de pôr mãos à obra.

sono

amanhã colação de grau centro comunitario 20h.
eu oradora, depois colo discurso aqui...
cheguei de paraty felizmente cansada, tudo bem está, hmmm. =)
Hipotrelicus pestanocerrum.

sábado, 5 de fevereiro de 2005

Precisei da caneta vermelha ainda uma vez.

Caneta de comprido, adelgaça o espaço entrededos. Hoje pensei na caneta, e ontem e antes ainda uma vez. Caneta de embaçamento, acelera o espaço entremeio. Coisas de construção: texto, parede, corpo. Precisei hoje da caneta, queria clarear. Parei com ela na mão; estava no mesmo lugar, ela não cabe. Algo de convecção, passeio pelo silêncio. Bitola – não, acho que a caneta cresceu. Cria que se insurge, caneta, no turgir do movimento. Dela as estrias, de sentimentos, linhas nas linhas, dela, estrias.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

corriqueiro

É uma pena quebrar a seqüência de posts escriturais, mas hoje escrevo coisas bestas mais uma vez.
Estava pensando no porquê de a profissão que quero ser como ela é. Quero fazer leitura crítica e preparação de originais para publicação. Ou seja, analisar textos, encontrar falhas, erros de coesão, registro, estilo, pontas soltas, arrumar e fazer funcionar. E também ser ghostwriter. E no meio disso tudo escrever coisas minhas também, publicar se der.
Enfim, é claro: orgulho. É por isso que a profissão de analista crítico ou preparador de originais ou editor efetivo de textos não existe oficialmente e é pouco difundida. Ninguém gosta de ver seu texto cair abaixo e há teimosia demais no mundo. Orgulho, hein. Estou sendo exagerada, é claro, mas se não fosse exagerar num blog seria um saco, hehe, dá licença.
Por outro lado, ghostwriter é uma profissão muitíssimo bem-paga. Isso porque aqueles que têm muito orgulho mas conseguem quebrá-lo desde que os outros não fiquem sabendo, pagam para que seus textos sejam escritos. E pagam caaaaro. Pra manter a imagem e o orgulho! Haha... se eu de fato emplacar como ghostwriter, ainda vou agradecer à minha nêmesis. Digo isso porque a imensa maioria dos homens tem muito, mas MUITO orgulho, e eu sou homem, é claro. Gente, eu quis dizer.
É isso aí, gente que chega até o final dos textos nos blogs. Beijos e abraços pra vocês, vou viajar no domingo e volto no outro domingo. E bom carnaval!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

meta-se

quando prender nas entranhas é jogo duplo, rebote. metafísica só pode ser do corpo, entranhas do ar e da terra.
acima prende-se o querer, embaixo o faço. a cada dia corrobora-se a condição de estar entre, em meio a, aferroado.
quando descer, descompasso: é força e a penas, queria fosse o contrário. metacontecer do reverso, pode. pode?