segunda-feira, 15 de maio de 2006

em defesa da multidisciplinaridade

um dos conceitos mais interessantes de que tomei conhecimento recentemente foi o da metáfora como linguagem da natureza, proposto por Gregory Bateson.
é mais um daqueles que estava na ponta da língua de todo mundo que se pergunta questões importantes, mas ninguém ainda havia tido o desprendimento de dizer tão diretamente.
algumas vezes, as pessoas tomam decisões por motivos considerados ulteriores à questão "pertinente"; o resultado pode ser favorável ou desfavorável no início mas que leva a algo inesperadamente melhor. talvez tais pessoas hajam experimentado um insight ao estilo arquimedeano por haverem-se conservado atentas a tudo o que lhes acontece, por possuirem poder de concentração maior do que imaginam. ou seja, algum motivo aparentemente disparatado, e até caprichoso, pode ativar mecanismos de memória de causa e efeito, armazenados no inconsciente, que são a chave para alguma situação.
resumindo: qualquer coisa na natureza pode ser uma metáfora para qualquer coisa na natureza. trabalhamos, seres vivos, com um número limitado de códigos, limitado porém capaz de inúmeras combinações. é o que parece.
por isso, manter-se consciente daquilo que se faz ajuda a aumentar o vocabulário de combinações possíveis, nunca se sabe, em algum momento uma chave em potencial pode ser fundamental para decodificar problemas que se nos apresentam.
creio que é mais um argumento a se explorar continuamente para o mundo.
para mim, confesso que, além dessa razão mais importante, é também algo a mais que consegui acumular para corroborar minha tão conflitante tendência multidisciplinar. nessas alturas, creio que seja mesmo omnidisciplinar...!!
pretensão, é, um pouco. mas não perco o ponto: cada vez mais é o alvo.
quanto maior o espectro, menor a persona, espero.
enfim, explico: é que tudo isso parece mostrar que aqueles que têm em si essa multidisciplinaridade são os que mais acordam para as metáforas da natureza. transitam, portanto, com maior ou menor grau de liberdade entre os compartimentos da ciência e das artes que nós, pessoas, criamos.
me parece humano, me parece natural e justificável.
alguém me disse esses dias que mudar é o que caracteriza o homem. digo assim: é o que caracteriza o espírito; quem não muda, está a constranger o seu e, consequentemente, o de todos.

terça-feira, 9 de maio de 2006

ancoragem

é claro que, neste mundo material, não há possibilidade de erradicar 100% a personalidade. mas livrar-se de achar isso objeto de cultivo, aí sim, quero. a satisfação virá de outras formas, não pela corroboração de um castelo de individualidades de que eu possa me orgulhar.
acredito, no entanto, que nosso processo de evolução é individual, sim. mas acho que se dá no âmbito do coletivo, sempre. a visar o coletivo.

então, vejo que parece ser mesmo que nem yin-yang.
a lógica é maravilhosa, mas precisa da âncora que é o sentimento. pra não cair no fetiche...
a abnegação é algo a se buscar, mas precisa da âncora da personalidade, neste mundo. é o único jeito de ser, aqui.
o coletivo é uma meta, mas o individual é a âncora para entender o processo.

pois é. sempre um pingo de uma coisa no meio da outra, será?

sábado, 6 de maio de 2006

desfazer a personalidade

hoje disse algo importante sem prever antes que diria. sem ter notado que era assim: estou indo embora não pra me encontrar, mas pra me perder.

esse encontro marcado e perdido é indício de adolescência que esteve ali, é aquela coisa no armário de que normalmente não se consegue desfazer.

isso, sim: perder. ficar sem nada, até sem o pronome, mas ao mesmo tempo com tudo.

segunda-feira, 1 de maio de 2006

um post meio infantil

só queria dizer, antes de ir dormir, que acho muito triste o preconceito que a intelligentsia mundial tem contra tantas coisas. é, muito preconceito. contra novas investigações nas ciências que não levam em conta só o que a gente vê e toca, contra pensar sobre o mundo em sua totalidade e não excluir espiritualidade, intuição, percepção, enfim coisas que a gente sabe que o ser humano tem. a ciência foi criada por seres humanos, por que restringir certas coisas que são tipicamente de gente? por que considerar inteligentes só os que martelam o próprio cérebro sem cansar com coisas abstratas? eu tinha bem mais dor de cabeça quando era assim. o que tem de errado em meditar, em pensar em coisas como amor universal?
se o mundo só tivesse gente assim, seria um lugar pessimista, mal-cuidado, caótico, despirocado (hehe), doente, cheio de maus pais e mais um monte de coisas ruins. não quero também ficar reclamando por linhas e linhas aqui, mas que poderia, poderia. mas que besteira pensar que felicidade é ridículo, que ser bom é idiota, que quem acredita em algo espiritual é tolo.
ok, tem muita gente que busca a espiritualidade por motivos egoístas, mas tem muitos que buscam por quererem genuinamente encontrar melhora pro mundo, pra si, pros outros. pronto, parei. =/