Eu e Paula fomos a uma apresentação no CCBB, 13h de hoje. Antes de falar do pianista, não posso não comentar sobre a platéia. Um senhor estava ao nosso lado e não parou de roncar. Roncar! Eu nem mesmo sei se ele estava dormindo... talvez ele ronque acordado. Coitado, vai ver tem algum problema respiratório. Mas foi bem desagradável. Acho que ele não dormiu, já que fez alguns comentários com o indefectível JCCC na hora do intervalo. Do outro lado do teatro, tinha uma excursão de idosos – me sinto até meio mal por reclamar – mas eles fizeram muito barulho, muito mesmo... Em alguns momentos, o pianista tirou os olhos do piano e fez "aquele" contato visual pro lado deles. Foi um pouco chato, fiquei sem saber o que sentir, mas acho que de fato o pessoal da excursão devia ter sido instruído sobre como se portar na sala de espetáculo... Tadinho do pianista. Vou ter de falar dessa forma carinhosa, afinal de contas ele é um gracinha. Não posso omitir. Tem ascendência bósnia... tenho uma queda por meninos dessas plagas, eles têm narizes interessantes e uns olhares diferentes.
Gregor Vidovic – tocou muitíssimo bem os "Quadros de uma exposição" do Mussorgsky, foi lindo. Em alguns momentos foi quase lindo demais, as "Catacumbas", apesar do nome... quase me pus a chorar. Ele tocou Liszt também, eu tinha achado lindo até que tocou o Mussorgsky (que foi o último). A primeira peça foi Bach, mas a interpretação foi meio moderna demais. A Paula comentou que não houve diferença de execução entre o Bach e o Liszt, e então é de se esperar que no segundo desse mais certo o estilo interpretativo dele. Eu adorei que ela ajudou a pôr nome no instinto – disse que muitos têm mania de tocar barroco como fosse romântico. Fica esquisito mesmo, não encaixa muito bem.
Aliás, já que estou falando de música, fiquei como contralto na minha aula de canto coral. A-do-rei! Prefiro cantar em registros graves. O regente disse que sou mezzo, mas que devo "estar" contralto pela falta de contingente. Legal, adorei mesmo.
quarta-feira, 1 de setembro de 2004
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2 comentários:
é verdade quanto aos narizes e olhares. eu sempre tinha pensado que havia algo diferente, mas sem me tocar que era isso...
essa história do barroco e romântico se aplica às literatura também. a velha interpretação do gregório de matos como uma "alma atormentada entre o pecado e a salvação", pf
ciça
pois é... good remark!
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