domingo, 25 de setembro de 2005

Olhar afetivo

Este post deriva de várias conversas da semana passada.

Alguém muito próximo disse que não gosta de concreto aparente. Que acha bruto, feio e cinzento. Foi de certa forma um choque pra mim uma pessoa tão "afim" ter essa visão. Nunca tive muita escolha na vida a não ser gostar de concreto aparente, afinal de contas, sou filha de arquiteto formado pela UnB na década de 70. Nunca tive a opção de gostar de arquitetura vernácula, por exemplo, ou de achar feio Alcides da Rocha Miranda ou um Artigas, sei lá.
Pra ser sincera, o que mais me chocou foi perceber que eu realmente não sei qual é o meu gosto pra arquitetura. É difícil julgar o que é meu olhar e o que é o olhar do meu pai, da minha criação, da geração dele.
Não consigo achar o concreto aparente brutal, mas depois disso tudo posso entender que alguém ache e que essa pessoa não é menos sofisticada por causa disso.
As verdades incontestáveis dos pais andam com a gente usando máscara de absoluto a vida toda. A gente nem vê as diabas do nosso lado, tenho certeza de que se morre sem saber de metade delas. São coisas que a gente raramente questiona. Um exemplo bobo: eu sempre achei que todo mundo tinha um monte de colher de pau em casa. Pra mim isso era fato dado. Quem vive sem colher de pau? Hahah! Mas depois, cozinhando na casa dos outros, vi que não é assim. E, até hoje, tenho uma certa tendência a pensar que quem não usa colher de pau está meio equivocado. Quem tem só uma ainda é algo como um pobre coitado. Mas que coisa isso!

Vamos ver, vou tentar ao máximo me emancipar dessas coisas. Detectar o quanto puder os constrangimentos dos vícios e costumes genitorescos. No início, tem sido necessário como ação afirmativa antagonizar um bocado os papis. Sem deixar a coisa cair em rebeldia sem causa, há que se manter o respeito e não se pode perder a classe, jamais!
São queridos e ótimos, meus pais, mas de fato quero que aceitem alguns arroubos de usar brincão, gostar de piano branco, sapato de bico fino, achar exposição de artes plásticas um tédio, ser espiritualizada, etc. Mesmo que algumas dessas coisas sejam apenas temporárias. Quanto às coisas que realmente importam, essas eu não conto aqui. As mudanças de comportamento mais profundas, os que tiverem sensibilidade suficiente pra perceber, verão. E é claro que apenas para esses a diferença importa.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Futuro

Andava na sombra, olhando o que tocava o sol.
As coisas, sabia que olhavam de volta.
Sempre duas vias, sempre incessantes.
Andava no sol, media ângulos, iluminava e correspondia.
O caminho era sempre em cores, as palavras não. As leis escritas, paradas. Ele movia-se.
Cores que ele mesmo irradiava, andava e não entendia. Pensava não saber. Pensou nas letras. A correr, mas ele corria mais, ainda sem afigurar-se reflexo.
A marca da alteridade, em delicadeza, o cuidado que tentava registrar. Um pouco adivinhar, um pouco sugerir.
Seja assim, apesar de já ser.
E ter sido: andava, afinal.

Será, será o produto surpresa de pequenos gestos, entre outras miudezas. Crescia dentro do pouco espaço, parecia sem limites, era o que o outro podia ver.
Era capaz de pensar em controle. Podia escolher os termos, e o outro confiava que não afastaria o que era claro. Andava a olhar para baixo, seguir a própria sombra, ver as raízes das sombras do mundo.

Olhar para o lado,
quando em distração. Perceber novas frentes.

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

serenity now

Dessa vez, ao invés de escrever sobre as coisas de durante minhas caminhadas, vou só avisar que devo postar no fotolog uma série de imagens do caminho habitual. Só não estão muito boas as fotos porque usei a câmera do meu irmão, que é bem amadora, e também porque fiquei mortinha de vergonha de ser vista tirando fotos nas beiras da rua de baixo do lado ímpar.
Hehe.
Bem, o fotolog é

www.fotolog.net/o_linguado

.

terça-feira, 6 de setembro de 2005

quando a crianca era crianca, pensava que os adultos eram adultos

...mas tanto adultos quanto crianças vivem no mundo da fantasia. as crianças, como fase de aprendizagem necessária, os adultos, para encobertar aquilo que acham feio. e a falta de beleza para os crescidos parece ser sempre em si e não nos outros, ao contrário do que dizem. se eu pudesse ser um espelho, ah, nem estaria escrevendo estas baboseiras semicifradas.

mas tem tanta gente por aí com potencial de ser feliz e realizado, mas que prefere matar seu tempo esquecendo que tem memória, lembrando apenas de imagens de outros. imagens que essas mesmas pessoas construíram... o outro é sempre, ou quase sempre, uma construção do primeiro.

é frustrante perceber que pessoas vivem assim, enfim. não porque recebemos maus julgamentos, isso é só um tropecinho, mas porque as pessoas podem ser muuuito mais leves e irradiar isso por aí. para que todos sejamos mais leves. ahhh.
a leveza.

=)

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Oi, tudo bem? Boa tarde.

Vim aqui fazer uma horinha.

Estou morrendo de sono após ter dormido 10 horas seguidas. Acabei o que tinha pra fazer no trabalho. Não tenho carro. Não me pagaram esse mês. Estou com fome. A seca me deixa mole, tenho medo de pegar ônibus. Agora pouco fui a pé até o banco tirar extrato e fiquei tonta. Comi um nutry tem umas 3 horas. Quero ir pra academia hoje, mas para isso preciso comer. Para comer preciso que me paguem. Para ir pra academia preciso pegar ônibus. Para pegar ônibus preciso não ficar tonta quando ando. Para não ficar tonta preciso comer e beber muita água. Quero parar de querer as coisas. Para parar de querer as coisas, preciso controlar meu corpo. Para controlar meu corpo preciso controlar minha mente. Se eu controlar minha mente, não vou precisar comer, então poderei pegar ônibus e ir pra academia. Mas ainda assim acho que a UnB precisa me pagar. É ou não é?!

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

a gente somos inutel

Wine
Wine


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top 5 de hoje

em homenagem a ter assistido high fidelity com a paula de novo no fim de semana passado por total falta de boa vontade com os filmes da blockbuster.

top 5 músicas que eu ouvi hoje

- transatlantic near death experience / john squire
- joe louis / john squire
- blue jay way / beatles
- savoy truffle / beatles
- the inner light / beatles


Judy,
Judy.


Which Belle & Sebastian Song Character are You?
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