Hoje estive observando as árvores, minhas velhas conhecidas de trajetória peripatética. As mesmas que posso apresentar às pessoas que me parecem merecer conhecê-las.
Até aí, nenhuma novidade.
A não ser que pensei também sobre algumas que estavam mais longe, e sobre o corte delas, ou seja, a moldura de cercas que sempre existe. É, na verdade muitas daquelas árvores só conheço em parte, só a copa, ou menos ainda. Por ter pouca altura, mesmo as cercas maiores me impedem de ver bem minhas amigas galhadas. Mas isso é fantástico, pra ser sincera!
Tenho vários jardins potencialmente maravilhosos, lugares meio obscuros, meio verdadeiros meio imaginados. Nunca consigo entender bem a totalidade do habitat dessas árvores, se existem outras plantas mais rasteiras, se há grama, se as folhas secas foram varridas ou não. Às vezes até posso ver o chão, mas não o espaço intermediário que pode ter outras copas reclusas, quem sabe até um varal meio feioso ou um balancinho de criança.
E entendi que isso é uma das coisas que tanto me fascinam sobre o que vejo regularmente nas caminhadas, é toda essa possibilidade de haver um jardim lindo e encantador do outro lado, que fica mais lindo e mais encantador por existir de fato na potência da minha imaginação. Não é nem que eu fique elocubrando sobre como devam ser, só o fiz agora pra ter o que escrever neste texto. O fato de sentir essa pulsação de possibilidades é que me encanta. E os pequenos ou grandes recortes que posso ver, muitas vezes acompanhados daquele fundo azul azul azul típico do império Cerratense. E tocado por ouro luminoso todos os dias, ah, sorte minha de ver.
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Um comentário:
acho que eu e você temos alguma vocação para Sr. Palomar...
o que você acha de nos mudarmos para uma cidade invisível? eu voto em Bauci! Como Baucienses poderemos contemplar de longe nossa ausência por entre as copas das árvores e nos gramados em que poderíamos estar correndo.
= *
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