terça-feira, 30 de agosto de 2005

Os Jardins Misteriosos do Reino do Lago Norte Que Sao Visitados Pela Princesa Plebeia Maira Que Fez Este Titulo Bem Comprido Para Ver Os Peixinhos

Hoje estive observando as árvores, minhas velhas conhecidas de trajetória peripatética. As mesmas que posso apresentar às pessoas que me parecem merecer conhecê-las.
Até aí, nenhuma novidade.

A não ser que pensei também sobre algumas que estavam mais longe, e sobre o corte delas, ou seja, a moldura de cercas que sempre existe. É, na verdade muitas daquelas árvores só conheço em parte, só a copa, ou menos ainda. Por ter pouca altura, mesmo as cercas maiores me impedem de ver bem minhas amigas galhadas. Mas isso é fantástico, pra ser sincera!
Tenho vários jardins potencialmente maravilhosos, lugares meio obscuros, meio verdadeiros meio imaginados. Nunca consigo entender bem a totalidade do habitat dessas árvores, se existem outras plantas mais rasteiras, se há grama, se as folhas secas foram varridas ou não. Às vezes até posso ver o chão, mas não o espaço intermediário que pode ter outras copas reclusas, quem sabe até um varal meio feioso ou um balancinho de criança.
E entendi que isso é uma das coisas que tanto me fascinam sobre o que vejo regularmente nas caminhadas, é toda essa possibilidade de haver um jardim lindo e encantador do outro lado, que fica mais lindo e mais encantador por existir de fato na potência da minha imaginação. Não é nem que eu fique elocubrando sobre como devam ser, só o fiz agora pra ter o que escrever neste texto. O fato de sentir essa pulsação de possibilidades é que me encanta. E os pequenos ou grandes recortes que posso ver, muitas vezes acompanhados daquele fundo azul azul azul típico do império Cerratense. E tocado por ouro luminoso todos os dias, ah, sorte minha de ver.

Um comentário:

Anônimo disse...

acho que eu e você temos alguma vocação para Sr. Palomar...
o que você acha de nos mudarmos para uma cidade invisível? eu voto em Bauci! Como Baucienses poderemos contemplar de longe nossa ausência por entre as copas das árvores e nos gramados em que poderíamos estar correndo.

= *