sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Memorial da vida academica.

O projeto final do curso de Desenho Industrial ilustra propensão acadêmica vinda de berço: um livro de encadernação sem cadernos, organização prismática, estrutura de entremeios, multidsciplinaridade. Em meados de 2002, meio de curso, soluço de direção acadêmica. Quase mudança, cerceada pela decisão terminar o já iniciado. Assim, o letramento correu paralelo, em grupo de estudos extra-acadêmico, porém calcado em textos basilares teóricos, estéticos, literários. Aristóteles, Bakhtin, Barthes, Benjamin, Blanchot, Borges, Bornheim, Butor, Calvino, Campos, Campos, Compagnon, Cortázar, Derrida, Dourado, Eco, Eliot, Eyben, Foucault, Gadamer, Genette, Hegel, Heidegger, Jakobson, Kant, Kothe, Kristeva, Costa Lima, Maiakóvski, Mallarmé, Melo Neto, Nunes, OuLiPo, Paz, Perrone-Moisés, Platão, Ponge, Pound, Riffaterre, Rosa, Todorov, Torrano, Valéry. E ainda Kafka, Lispector, Saramago, Baudelaire, Celan, Poe, Homero, Arnaut Daniel, Cavalcanti, Villon, Donne, Flaubert, Dostoiévski, Carroll, Joyce, Eliot, Andrade, Popa, até a produção dos integrantes do grupo.
O passo a ser dado é desvelamento de estigma; casamento, é formalização aspirada desde as primeiras leituras: lombadas nas prateleiras inferiores, à altura dos olhos que ainda (já) não sabem a diferença, lêem não como signo e representação, mas como contingência, coisa, encanto próprio. O caminho é entrecruzado, mas não perde direção. Nele vêem-se trabalhos técnicos, muitos traços, volumes, cores, algum respiro de filosofia, talvez esteio. A pergunta que permeia todo ele, vinda dos que o assistem: mas e as letras? Em convergência não tão surpreendente quanto finalmente assumida e em vias de ser alcançada, aqui está, bate à porta.

(isso foi mandado pra inscrição no processo de seleção do mestrado...)

Nenhum comentário: