quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

metamorphose

em homenagem ao lugar onde corto cabelo, o METAMORPHOSE, vou trocar todos os ephes deste post por ph.

pois então, phaziam anos que eu não cortava os cabelos mais do que um ou dois centímetros. e aí resolvi cortar, acho que a phesta de domingo deu-me motivação pra isso. engraçado, até pouco tempo atrás não conseguia nem pensar em cortar, e tinha até pesadelos com isso. como boa philha de classe média, tive que phicar pensando que é muito sintomático. acho que resolvi cortar porque provavelmente senti um clique de mudança. é, porque as coisas andavam meio na sombra ultimamente. e então cortei, e phiquei impressionada com o epheito. sinto-me muito, muitíssimo melhor, parece mágica. não estou euphórica, ainda bem, porque euphoria é perigoso, mas poxa... alívio. sinto-me mais leve, menos matusalém, renovada.... ahahha
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piada interna: mulher....ÍNTEGRA... moderna, independente.... ARROJADA... chique.... autônoma... EMANCIPADA... =D
este post dedico às minhas primas queridas: quarta phuracão, os bophes que organizem a phila!!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

margot tenenbaum

Vou ser franca. Dou festas para ver pessoas. Mas prefiro dormir mais cedo, prefiro sentar e jantar e tomar vinho. Dançar é bom, é uma vantagem de dar festa, você escolhe o som, até certo ponto. E foi ótimo. Mas eu dou festas pra ver pessoas, isso é fato. E agora mais do que nunca: pra sair do Orkut e ver as pessoas interagindo na vida real. E fora de um ambiente insalubre como Space Bar. E acho que dou festas à fantasia para comunicar coisas sem ter que falar.
Ontem estávamos falando sobre filas. Como tem gente com uma fila atrás. E muitas vezes essas pessoas não são claramente as mais interessantes ou mais bonitas, mas têm alguma coisa que propicia formação de filas... Eu não me lembro de alguma vez ter alguma coisa com gente assim... mas já entrei em filas e sei que não vale a pena. E mais, acho que às vezes só servem pra acabar com a auto-estima. Prefiro pensar que deve ser melhor não ter fila, que deve, no final das contas, ser melhor que os interessados sejam poucos e que se aproximem por razões que freqüentadores de fila não entenderiam, ou recusariam. De fato consigo ver porque não tenho fila, e não é por alguma causa específica física ou um defeito estranho. Tem horas que incomoda, mas em geral acho que é melhor.
Comparo as duas Maíras deste ano e entendo, e vejo agora, depois de pensar um pouco, as duas parecidas mais do que achei que fossem. Não é fácil expor o que acontece de verdade. Acho que muito pouca gente faz isso, apesar de propagar o contrário. As duas tentam adequar-se o tempo todo, ser aceitas. E depois saem de situações sociais com ressaca moral, ou consciencial, sei lá. Isso não é uma coisa ruim, é bem natural e é bom que seja questionado. A de verdade não se mostra pra muita gente, no final das contas. Parece.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

apaga (porque isto nao e um poema)

apaga pra dar sentido
cala a boca pra escutar
não pensa pra entender
escreve pra organizar

sem "eu", para existir
sem "ele", para afirmar
sem "nós" para refletir
oco para desvelar

dois para retribuir
um pra contrariar
dois para reconhecer
três para realizar

acaba pra dar sentido
fecha a boca pra ensurdecer
abraça, respira, incorpora
aumenta, diminui, evapora.

(é letra de música. sim ou não?)

terça-feira, 14 de dezembro de 2004

Minha irma

Minha irmã de quinze anos fez um estrago no meu coração. Bendito estrago...
Fui assisti-la dançando – ela sapateia e dança jazz – no espetáculo de final de ano da academia em que faz aula. Acho que fui pensando um pouco que seria mais uma apresentação bonitinha, coisa de irmão pequeno, que você dá parabéns condescendentemente ao final. Mas a minha irmã é linda, no palco é mais do que linda, e ela dança muito bem. Minha irmãzinha que eu vi nascer é uma mulher, ou quase, e uma bela de uma dançarina! Num espetáculo super produzido.
Eu chorei, e não foi pouco. Não só por estar feliz por ela, que inclusive foi promovida e agora faz parte de um grupo de dança de fato, mas também pelo tempo em que fiz questão de afastar-me dela... Sempre tive tanta má vontade com as conversas e atitudes da coitadinha, e ela sempre me tratou muito bem, sempre seguiu timidamente alguns passos meus, até. Ela lembra-se de coisas tão pessoais e peculiares sobre mim. Sei disso agora porque nos últimos dias resolvi escutar minha irmã, passar tempo perto dela, e não consigo parar de dar-lhe presentinhos. Que boba eu. Isso é pra mostrar como as pessoas são equivocadas às vezes, e imaturas, e teimosas. Só uma palinha mesmo.
Ah, e foi muito bom não ter orgulho, e dizer a ela que eu a amo, e que ela tem um futuro e tanto pela frente.

domingo, 12 de dezembro de 2004

( )

Uma vez houve uma pessoa que foi embora e depois voltou. Eu nunca fui boa o suficiente para essa pessoa. Depois que ele foi embora novamente, escrevi, escrevi e escrevi para ele. Pensava em como poderia melhorar cada palavra para que ele se tornasse o que eu fantasiava que fosse. Para que eu fosse o que fantasiava que ele pensava sobre mim. Ele foi embora porque tinha de ir, mas para ele isso parecia menos do que para mim. Ele estava perto. Eu estava maravilhosamente distante, aparando os cantos da nossa história juntos. Devo-lhe alguma coisa? É fácil dizer que sim. Mas não há precisão nessa medida. Só sei que ele voltou o quanto pôde, viveu; e eu apenas escrevi, escrevi e escrevi. Todo dia percebo mais a fundo que nunca de fato parei de escrever. Algumas poucas vezes, e só. Agora, depois de muitas idas e vindas de outros, sei que escrever mandou embora o que não cabia no papel. E o que não cabia era justamente o que havia de melhor. Agora escrevo para gerar entrelinhas, e ainda não tive coragem de dar boas-vindas a ninguém.

sábado, 4 de dezembro de 2004

mudando de assunto,

estou aqui comendo o que restou do MELHOR CHEESE CAKE DO OESTE.
Hmmm.... Modéstia à parte, muito à parte: dessa vez superei-me.
Fiz ontem um cheese cake bicolor e bisabor: metade goiabada metade cupuaçu. Ficou bom demais. Sempre prefiro com goiabada (como diz meu pai, romeu e julieta sofisticado), mas a parte de cupuaçu ficou ótima também. Mas realmente foi o melhor que fiz, o recheio ficou perfeito em consistência e em grau de acidez. O forno foi de mestre: mais tempo e menos potência.
Ahh. Nada como ser a maior fã do seu próprio rebento. Entendo as mamis corujas...

cai num caldeirao de maconha quando era bebe

É tão difícil encontrar pessoas que não fumam maconha. Bom, pelo menos pessoas que não fumam porque não sentem falta mesmo.
Eu não tenho muitas restrições morais a isso, mas simplesmente não sinto falta, e inclusive acredito que maconha atrapalha um pouco a vida. Sei lá, eu gosto de sempre ter minha consciência intacta... e consigo ter "barato" sem usar drogas. Acho que sair pra caminhar num dia lindo aqui no Lago Norte me dá muito mais barato do que qualquer maconha. Nossa, é muito fácil. Ponho o pé pra fora de casa e, dez passos à frente, já começo a ter arrepios na coluna de tantas sensações boas que tenho. É só um exemplo. O pé nem precisa estar fora de casa...
Sinto-me privilegiada por isso. Mas sei que é uma espécie de esforço pessoal, também. Há anos que cultivo epifanias... =)
O lado ruim de ser assim é que não dá pra esperar encontrar por aí pessoas que compartilhem as epifanias. É muito pessoal, difícil de dividir, ainda mais quando a maioria está ocupada fumando um. Bom, na maior parte do tempo não me importo de ser algo tão individual. Mas às vezes importo-me sim.
As pessoas são muito únicas. Relacionamentos implicam altíssimo grau de boa vontade, desprendimento, humildade e paciência, para valerem a pena. E o mais engraçado é que a maioria dos relacionamentos não têm isso. Vão-se arrastando por aí, baseados em posse, ciúme, conforto, conveniência. Tudo em nome de um sentimento que fica ali meio escondido... É muito esquisito. Queria ir fazer um estágio na comunidade do Burkina Faso em que morava a Sobonfu Somé. Lá NADA é individual. Seria um choque, é óbvio. Provavelmente eu teria um ataque de pânico no aviâo, antes de chegar lá. Mas de repente levar umas pauladas assim seria uma boa... Bem, mas se não estou levando, é porque meu aprendizado é diferente. Podia ter um aprendômetro pra gente saber quanto está DE FATO aprendendo. Ô coisa difícil de medir. Cacete.
Esse grau de controle não existe nem nunca vai existir. Não existe nem mesmo mais ou menos aprendizado. O que existe são convenções. O resto é pum de estrela, como dizem por aí. Hahhaha...
Segundo as convenções de onde nasci e cresci, a individualidade é muito importante. É importante, importante, importantíssima! Não existe UMA pessoa que conheço que não tenha dado cabeçadas na parede por causa de orgulho. É o calcanhar de Aquiles dos homens, mas é uma peça importante no "desenvolvimento" da nossa civilização. Ser civilizado é ser orgulhoso, preservar o senso comum, preservar o senso de individualidade.
Ó céus, como isso é CAROCENTO!
Se tem uma coisa que me dá pânico instantâneamente é perceber que faço parte de algo coletivo e maior, perder as rédeas da minha unidade, individualidade. Toda vez que tenho um "insight" disso, começo a tremer, suar frio, ter taquicardia, enjôo, tontura, perco chão... Que lástima de sentimento de humanidade!
Sentir vontade de virar bicho do mato mas saber que não é possível. Sentir vontade de não ter conflitos, mas saber que não é possível. Santa ansiedade.
Ficar bem, feliz e tranquila mesmo com todo esse fuá. Isso é possível, bem possível. E sem maconha. Mas não agora, daqui a pouco, já já...