A Paula, há um tempinho, comentou que hoje em dia mudou o alvo das críticas contra liberdades femininas. Ao invés de nos condenarem por fazer sexo como homens (com quem quiser, com prazer, sozinhas, sem compromisso, com brinquedinhos, etc), agora o alvo são os sapatos. Sapato como símbolo do consumo, quero dizer... Existem inúmeras críticas por aí ao estilo de vida das personagens de Sex and the City – positivas com relação à vida sexual e negativas no que diz respeito aos Manolo Blahniks e aos drinques e almoços e pilates, etc – que não são diferentes da repressão sexual que havia antes. O tabu hoje em dia é o dinheiro. Fico aliviada, é claro, com a diminuição do preconceito contra a liberdade sexual feminina, mas não acho que devia haver um substituto. Fica evidente que sempre tem de haver alimento pro sentimento de culpa... é impressionante.
Hoje minha terapeuta me contou que viu uma reportagem no jornal da manhã sobre um economista que está refazendo os conceitos econômicos de classes, e ele pôs pessoas de classe média alta ganhando em média 5000 reais de salário. Isso não é salário de classe média alta. Com isso os impostos para quem ganha mais do que isso, mas não é rico nem nada, só vão subir... Enfim, a coisa é mais grave, porque mexe com conceitos da mente coletiva, profundamente (muuuuito profundamente) enraizados. O preconceito com o dinheiro só veio crescendo e, sinceramente, acho que agora ou vai ou racha. As pessoas têm muito apego ao dinheiro, se esquecem de que ele flui e se multiplica. É um assunto complicado, eu sei. Não estou dizendo que quem é pobre tem mais é que se lascar porque tá merecendo. Nem de longe quero dizer isso... mas o dinheiro se tornou um peso mesmo para quem tem - é muito medo de perder.
Lembrando uma frase que uma amiga dizia – "quem tem pa* tem medo" – acho que hoje a frase é "quem tem grana tem medo". Eu não, tou fora.
terça-feira, 31 de agosto de 2004
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