poderia criar amargura por causa da coleção de ex-namorados que ando deixando pra trás.
mas aí é que tá, não é tudo que fica para trás. as qualidades melhores de cada um deles juntas são um grande privilégio vivo, que não foi embora com os fins e está aqui comigo. os defeitos piores de cada um, juntos, são uma oportunidade absurda de aprender coisas às vezes até muito, muito sutis. mas essenciais.
isso tudo me faz companhia todos os dias, mas sempre mesmo.
mas é bem verdade que, aparentemente, sou um pouco viciada nessa sensação de fechamento, de um certo alívio, de missão cumprida que dá quando se termina o namoro na hora certa, do jeito certo. tudo o que acontece depois é um grande barato, mesmo a perda. acho que estive a domar essa sensação, preparar o terreno, durante os relacionamentos e nos intervalos entre um e outro. de modo que, agora, a dorzinha solta-se aos poucos. bem rente ao chão...
pode ser também que eu tenha escolhido, sem perceber, pessoas que não oferecem muito conforto emocional, para não me perder do caminho.
acontece um pouco de dar medo de nunca conseguir escolher um companheiro pra resto de vida. e seria um desperdício, nossa, nem eu mesma sabia que já era tão capaz de ser uma bruta companheira quanto fui no último. não sei até que ponto isso é necessário, já que posso ter várias companhias amigas. mas é a tal coisa, se não fosse algo bem natural do ser humano, não aconteceria de as pessoas buscarem, enfim, de algumas realmente se apoiarem até a morte.
talvez uma parte disso seja ter feito um esforço muito constante de diversificação pessoal. ter criado um vocabulário extenso de gostos e potenciais, de visões e paisagens, de tudo, isso parece difícil de corresponder em uma pessoa.
vai ver sou um monstrinho a criar um frankenstein imaginário feito de pedaços reais.
rs...
e, ainda, acho que sou mais interessante e mais centrada sozinha. mais atenta às coisas que tanto amo e celebro aqui neste blog-falatório (natureza, céu, peripatéticas, música, etc); ou estou dizendo isso porque simplesmente estou sob o efeito do tal barato de que falei e esqueci momentaneamente dos momentos de cumplicidade e carinho e aconchego. é, agora, não sei. parece distante demais, então, enquanto isso, nadamos eu e frank neste oceano de microondas.
sábado, 1 de abril de 2006
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2 comentários:
as vezes, quando me vejo capaz de ser uma companhia maravilhosa...me assusto e n sei bem o que fazer com isso. Medo de me misturar...de me perder de mim...
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