terça-feira, 13 de setembro de 2005

Futuro

Andava na sombra, olhando o que tocava o sol.
As coisas, sabia que olhavam de volta.
Sempre duas vias, sempre incessantes.
Andava no sol, media ângulos, iluminava e correspondia.
O caminho era sempre em cores, as palavras não. As leis escritas, paradas. Ele movia-se.
Cores que ele mesmo irradiava, andava e não entendia. Pensava não saber. Pensou nas letras. A correr, mas ele corria mais, ainda sem afigurar-se reflexo.
A marca da alteridade, em delicadeza, o cuidado que tentava registrar. Um pouco adivinhar, um pouco sugerir.
Seja assim, apesar de já ser.
E ter sido: andava, afinal.

Será, será o produto surpresa de pequenos gestos, entre outras miudezas. Crescia dentro do pouco espaço, parecia sem limites, era o que o outro podia ver.
Era capaz de pensar em controle. Podia escolher os termos, e o outro confiava que não afastaria o que era claro. Andava a olhar para baixo, seguir a própria sombra, ver as raízes das sombras do mundo.

Olhar para o lado,
quando em distração. Perceber novas frentes.

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