quarta-feira, 20 de abril de 2005

um estado, o –

passa-se de uma à outra margem, ou nem isso.
as aparentes coisas: embaraço e deslumbramento. não saber para onde voltar a atenção, e em seguida estar rarefeito por tudo e nada.

no universo, vê-se a clara terceira margem. mas fora dele, o que há é abstruso... o que é por ausência, ainda mais. universal construído, existente, registrado. as escrituras sagradas. regidas pelas letras da lei interna.

não se engane: o universo não é finito. obedece a topografias antes de topologias, pode ser cartografado mas não se pode sair dele. é dividido, compartimentado, cheio de pontes e não-monumental. não se engane, afinal, pelo que representa. é apenas um metassigno.

de fora, as aparentes coisas não se fazem ilustrar. a matéria universal não é ferramenta mas todos os elementos de uma cena. a ação ocorre atrelada a espectro de fora, espectro embaraçado em tentar corresponder as coisas aparentes ao universal e, no mais das vezes, ignorante de seu deslumbre vir – ainda que pudesse criar representações – do drama puro.

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