quinta-feira, 26 de julho de 2007

...acabou

declaro oficialmente encerrado este blog.

mais informações em http://plurabel.blogspot.com

quarta-feira, 11 de julho de 2007

quando era criança, lia todos os livros de criança meus, dos meus primos, dos meus amigos, o que aparecesse. até às vezes tentava "escrever" livrinhos.
quando era pré-adolescente, fiz aula de teatro e sapateado. era melhor no primeiro, bastante boa, mas também nada má no segundo.
quando era adolescente, comecei a fazer aula de guitarra e aprendia tudo bem rápido. era boa aluna.
quando entrei na universidade, comecei a desenhar mais por causa do curso. desenhava bem, tinha técnica razoável e inventividade.
quando me decepcionei com meu curso, fui paralelamente fazer oficina de produção literária, e escrevia bem. além disso, entendia muito bem as teorias e críticas literárias.
um pouco depois, achei que pudesse viver uma disciplina filosófica um tanto quanto platonista, seria uma espécie de freira, uma asceta.
também aprendi a cozinhar e o faço muito bem, mas tenho pouca disposição no dia-a-dia.

não realizei nada em nenhuma dessas frentes.
hoje leio menos, escrevo só resmungos no blog, teatro só o bloomsday, guitarra? algo de pífio, desenho nunca mais, crítica literária abandonada em nome de lidar com coisas do mundo real, filosofia uma incerteza.

mas não cheguei nem mesmo a alcançar essas coisas do mundo real. nem a escolher. de fato, me sinto instigada a trabalhar com consumo consciente, desenvolvimento sustentável, questões socioambientais e/ou populacionais, etc. mas e daí? já me senti atraída a fazer outras coisas.

talvez tenha cansado de pensar.

nesse ponto, se eu fosse outra pessoa que não eu mesma, perguntaria para maíra: mas qual seria o seu cenário ideal? vamos definir um objetivo, ainda que utópico.

(pensando)

eu diria que algo na vizinhança de: estaria maíra muito cordial e feliz com sua família, rodeada de amigos com boas intenções e, é claro, indo ao banheiro todos os dias. ela trabalharia diretamente com práticas de conscientização sobre consumo e hábitos sustentáveis, viajaria pra conhecer costumes tradicionais de quem já faz essas coisas há muito tempo e fora da civilização. saberia teoria musical bastante, tocaria muito bem violão e guitarra e arranharia umas composições. escreveria letras para suas músicas. faria trilhas para se exercitar, também ioga e dança. continuaria lendo suas intelectualidades, em privado. cozinharia sempre. saberia se impor. saberia o que lhe dá prazer. não fingiria.

por mais que todas essas coisas sejam factíveis e não envolvam impossibilidades como "ir até marte" ou "ter um unicórnio" ou "ser homem", elas parecem muito próximas e distantes ao mesmo tempo.

próximas porque passo os dias na internet pesquisando sobre as melhores formas de realizar tudo isso.

distantes porque não há nenhum sinal de que nada disso irá começar a acontecer. com dupla negativa e tudo o mais.

sinto falta de comprometimento. como escolher? como me comprometer com algo? um monte de influências me distraem. a vontade de agradar pessoas que nem sempre faz sentido querer tanto agradar me desvia. desvia do que? perdi de vista. sei lá.

terça-feira, 3 de julho de 2007

I inhale you

http://rapidshare.com/files/40804252/05_i_inhale_you.mp3.html

por nels cline & thurston moore, um quitute.

people with inconsistent musical taste who yet prove a certain indy-attitude

assim mesmo, com y.

esse é o nome de de um grupo do last.fm que me chamou atenção porque, creio, existe algo a se comemorar, graças à internet: hoje em dia o conceito de inconsistência mudou! existe tanta coisa à disposição, os grupos sociais se misturam, as dicas de músicas e livros e etc já não se restringem a eventos presenciais. portanto, seria difícil não haver uma natural expansão de gostos muscais.

já falei algumas vezes aqui neste blog sobre como considero a mudança uma parte essencial da trajetória de qualquer pessoa ou coisa. a maioria dos meus amigos e das pessoas que considero interessantes é da estirpe dos que já passaram por diferentes fases, cada uma especial a seu modo, e continuam no caminho do descaminho. também não preciso mencionar que eu mesma sigo esse preceito, desde que, é claro, com uma divertidamente planejada sistemática. sou a favor da consistência na volubilidade. quem admite a mudança, em geral aumenta seu espaço, se move por diferentes pólos e descobre que são todos, de alguma maneira, interligados.

por isso, digo: vamos festejar! seu gosto musical abrangente não é inconsistente! e a indy-attitude não é mais nada além de mainstream estetizado. e isso tem um lado bom. querer ser indie demais é uma bobagem, convenhamos, significa, em geral, vaidade. portanto, vamos comemorar o indie virar mainstream, pela extirpação da vã vaidade nas pessoas!

mas como esse não é o assunto principal deste post, fecho com a seguinte declaração: não ter medo de ser inconsistente pode ser um excelente meio de expandir o campo sensível.