ouvi dizer que as horas que precedem um suicídio revelam momentos de extremo egocentrismo. o que é o exato contrário de uma crença putativa em que os pré-suicidas, nos seus últimos atos banais, são cheios de compaixão e interesse pelo Outro.
antes de deliberadamente incorrer em 'pequenos' suicídios, tais como: mudar de carreira, terminar um relacionamento, sair da casa dos pais, perceber um erro e tomar providências, enfim, todas essas coisas que se realizam como transfigurações pessoais, hão de existir interessantes momentos elusivos, difíceis de capturar e classificar.
pessoalmente, acho que essa zona cinzenta entre a tomada de decisão, o preparo da cena e o ato, não comporta nenhum dos dois extremos mencionados. acho que até naqueles mais auto-centrados, é muito possível que se desperte um sentimento misto, sem fronteiras precisas, que até sufoca, de que aquele gesto é em benefício geral.
penso isso porque o gosto do depois, os vestígios do que se fez, pra mim recendem a, citando o post abaixo, peito aberto espalhado.
por isso, este post está assim, entre dois outros dedicados talvez com má pontaria, porém dedicados.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
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