terça-feira, 17 de maio de 2005

morar sozinho

é uma boa idéia.

cada dia percebo o quanto é bom sempre inventar coisinhas diferentes pela casa. novos modos de arrumar as coisas, nem que seja mudar o porta-lápis de lugar, ou catar uns papeizinhos que ficavam há dias do lado do computador.
é uma forma diferente de investimento pessoal, o espaço de uma casa é muito diferente de um quarto.
hoje quis escrever um post pessoal, dar notícias do rio a quem se dispuser a ler. às vezes me perguntam coisas daqui, sei que mudo de assunto. sair de casa e ir morar só implica muitas e muitas sensações complexas e pessoais. por isso, não é fácil, numa conversa de msn, responder a perguntas amigáveis como "e aí, o que tem feito?"

tenho cuidado da vida. sem esquecer que cuidar da vida é, no mais das vezes para homens e mulheres normais, descuidar da vida um bocado também. tenho escutado tom waits adoidado, assistido tv, olhado pro suvaco do cristo redentor deitada na rede e ido à luta. não vou entrar em detalhes emocionais e minúcias reativas mais abstratas... saber dos interiores dos outros é coisa de gente sensível, não de leituras. textos não servem pra essas coisas, nem mesmo declarações descompromissadas de blog. eu que não tenho coragem de dar a um texto uma carga tão pesada... a não ser que ele possa ser muitas outras coisas ao mesmo tempo. mas, cifra por cifra, uma dama não comenta. =)

então, no mais: hoje almocei no vitória régia aqui perto, enquanto a sheila, que já havia almoçado, terminava de limpar a casa. ela é ótima. tudo isso me fez comprar flores, então, nas palavras do florista: um vaso de crisanti grande. bem repolhudos e grenás. mas tirei o plástico em volta, e veio num cachepô de palha, parece um chapéu de matuto. coloquei uma luminária que estava encostada na área de serviço aqui do meu lado, ficou aconchegante. tirei a papelada da mesa, pus lá junto com os livros. amanhã vou fazer feira, quero acordar cedo, e preciso mesmo dar uma volta no parque lage, porque é uma vergonha que eu ainda não tenha passeado por lá desta feita. li vários editais também, para me convencer de que só vou poder tentar mestrado em setembro mesmo. não adianta que literatura portuguesa não vai colar... eu lá sei alguma coisa sobre gil vicente, eça de queirós, camões, não sei quem cardoso? por outro lado, comprei uma montanha de livros em francês, preciso atracar-me com eles e ver se o instrumental funciona. quis ser correta, deu nisso. quem não gosta de nomes citados, pode parar de ler por aqui, porque preciso dividir um pouco do que adquiri: villon completo, tel quel, critique, barthes, ponge, blanchot e ontem acidentalmente comprei um livro de traduções e comentários do f. kothe sobre a obra do celan... eita peste. ah sim, trabalhei também. e fiz capuccino de leite, chocolate e café, sem comprar aquelas misturas com péssima relação custo-benefício.

e agora passou o caminhão de lixo lá fora e deixou um miasma danado de presente pra fechar o post.

2 comentários:

Anônimo disse...

oi d=o)

Anônimo disse...

mas é justamente por ter pessoas sensíveis perto de mim que escrevi isso: não precisam de textos de blog para saberem as coisas que importam. ou sabem ler os espaços em branco =)
amo-te.