declaro oficialmente encerrado este blog.
mais informações em http://plurabel.blogspot.com
quinta-feira, 26 de julho de 2007
quarta-feira, 11 de julho de 2007
quando era criança, lia todos os livros de criança meus, dos meus primos, dos meus amigos, o que aparecesse. até às vezes tentava "escrever" livrinhos.
quando era pré-adolescente, fiz aula de teatro e sapateado. era melhor no primeiro, bastante boa, mas também nada má no segundo.
quando era adolescente, comecei a fazer aula de guitarra e aprendia tudo bem rápido. era boa aluna.
quando entrei na universidade, comecei a desenhar mais por causa do curso. desenhava bem, tinha técnica razoável e inventividade.
quando me decepcionei com meu curso, fui paralelamente fazer oficina de produção literária, e escrevia bem. além disso, entendia muito bem as teorias e críticas literárias.
um pouco depois, achei que pudesse viver uma disciplina filosófica um tanto quanto platonista, seria uma espécie de freira, uma asceta.
também aprendi a cozinhar e o faço muito bem, mas tenho pouca disposição no dia-a-dia.
não realizei nada em nenhuma dessas frentes.
hoje leio menos, escrevo só resmungos no blog, teatro só o bloomsday, guitarra? algo de pífio, desenho nunca mais, crítica literária abandonada em nome de lidar com coisas do mundo real, filosofia uma incerteza.
mas não cheguei nem mesmo a alcançar essas coisas do mundo real. nem a escolher. de fato, me sinto instigada a trabalhar com consumo consciente, desenvolvimento sustentável, questões socioambientais e/ou populacionais, etc. mas e daí? já me senti atraída a fazer outras coisas.
talvez tenha cansado de pensar.
nesse ponto, se eu fosse outra pessoa que não eu mesma, perguntaria para maíra: mas qual seria o seu cenário ideal? vamos definir um objetivo, ainda que utópico.
(pensando)
eu diria que algo na vizinhança de: estaria maíra muito cordial e feliz com sua família, rodeada de amigos com boas intenções e, é claro, indo ao banheiro todos os dias. ela trabalharia diretamente com práticas de conscientização sobre consumo e hábitos sustentáveis, viajaria pra conhecer costumes tradicionais de quem já faz essas coisas há muito tempo e fora da civilização. saberia teoria musical bastante, tocaria muito bem violão e guitarra e arranharia umas composições. escreveria letras para suas músicas. faria trilhas para se exercitar, também ioga e dança. continuaria lendo suas intelectualidades, em privado. cozinharia sempre. saberia se impor. saberia o que lhe dá prazer. não fingiria.
por mais que todas essas coisas sejam factíveis e não envolvam impossibilidades como "ir até marte" ou "ter um unicórnio" ou "ser homem", elas parecem muito próximas e distantes ao mesmo tempo.
próximas porque passo os dias na internet pesquisando sobre as melhores formas de realizar tudo isso.
distantes porque não há nenhum sinal de que nada disso irá começar a acontecer. com dupla negativa e tudo o mais.
sinto falta de comprometimento. como escolher? como me comprometer com algo? um monte de influências me distraem. a vontade de agradar pessoas que nem sempre faz sentido querer tanto agradar me desvia. desvia do que? perdi de vista. sei lá.
quando era pré-adolescente, fiz aula de teatro e sapateado. era melhor no primeiro, bastante boa, mas também nada má no segundo.
quando era adolescente, comecei a fazer aula de guitarra e aprendia tudo bem rápido. era boa aluna.
quando entrei na universidade, comecei a desenhar mais por causa do curso. desenhava bem, tinha técnica razoável e inventividade.
quando me decepcionei com meu curso, fui paralelamente fazer oficina de produção literária, e escrevia bem. além disso, entendia muito bem as teorias e críticas literárias.
um pouco depois, achei que pudesse viver uma disciplina filosófica um tanto quanto platonista, seria uma espécie de freira, uma asceta.
também aprendi a cozinhar e o faço muito bem, mas tenho pouca disposição no dia-a-dia.
não realizei nada em nenhuma dessas frentes.
hoje leio menos, escrevo só resmungos no blog, teatro só o bloomsday, guitarra? algo de pífio, desenho nunca mais, crítica literária abandonada em nome de lidar com coisas do mundo real, filosofia uma incerteza.
mas não cheguei nem mesmo a alcançar essas coisas do mundo real. nem a escolher. de fato, me sinto instigada a trabalhar com consumo consciente, desenvolvimento sustentável, questões socioambientais e/ou populacionais, etc. mas e daí? já me senti atraída a fazer outras coisas.
talvez tenha cansado de pensar.
nesse ponto, se eu fosse outra pessoa que não eu mesma, perguntaria para maíra: mas qual seria o seu cenário ideal? vamos definir um objetivo, ainda que utópico.
(pensando)
eu diria que algo na vizinhança de: estaria maíra muito cordial e feliz com sua família, rodeada de amigos com boas intenções e, é claro, indo ao banheiro todos os dias. ela trabalharia diretamente com práticas de conscientização sobre consumo e hábitos sustentáveis, viajaria pra conhecer costumes tradicionais de quem já faz essas coisas há muito tempo e fora da civilização. saberia teoria musical bastante, tocaria muito bem violão e guitarra e arranharia umas composições. escreveria letras para suas músicas. faria trilhas para se exercitar, também ioga e dança. continuaria lendo suas intelectualidades, em privado. cozinharia sempre. saberia se impor. saberia o que lhe dá prazer. não fingiria.
por mais que todas essas coisas sejam factíveis e não envolvam impossibilidades como "ir até marte" ou "ter um unicórnio" ou "ser homem", elas parecem muito próximas e distantes ao mesmo tempo.
próximas porque passo os dias na internet pesquisando sobre as melhores formas de realizar tudo isso.
distantes porque não há nenhum sinal de que nada disso irá começar a acontecer. com dupla negativa e tudo o mais.
sinto falta de comprometimento. como escolher? como me comprometer com algo? um monte de influências me distraem. a vontade de agradar pessoas que nem sempre faz sentido querer tanto agradar me desvia. desvia do que? perdi de vista. sei lá.
terça-feira, 3 de julho de 2007
I inhale you
http://rapidshare.com/files/40804252/05_i_inhale_you.mp3.html
por nels cline & thurston moore, um quitute.
por nels cline & thurston moore, um quitute.
people with inconsistent musical taste who yet prove a certain indy-attitude
assim mesmo, com y.
esse é o nome de de um grupo do last.fm que me chamou atenção porque, creio, existe algo a se comemorar, graças à internet: hoje em dia o conceito de inconsistência mudou! existe tanta coisa à disposição, os grupos sociais se misturam, as dicas de músicas e livros e etc já não se restringem a eventos presenciais. portanto, seria difícil não haver uma natural expansão de gostos muscais.
já falei algumas vezes aqui neste blog sobre como considero a mudança uma parte essencial da trajetória de qualquer pessoa ou coisa. a maioria dos meus amigos e das pessoas que considero interessantes é da estirpe dos que já passaram por diferentes fases, cada uma especial a seu modo, e continuam no caminho do descaminho. também não preciso mencionar que eu mesma sigo esse preceito, desde que, é claro, com uma divertidamente planejada sistemática. sou a favor da consistência na volubilidade. quem admite a mudança, em geral aumenta seu espaço, se move por diferentes pólos e descobre que são todos, de alguma maneira, interligados.
por isso, digo: vamos festejar! seu gosto musical abrangente não é inconsistente! e a indy-attitude não é mais nada além de mainstream estetizado. e isso tem um lado bom. querer ser indie demais é uma bobagem, convenhamos, significa, em geral, vaidade. portanto, vamos comemorar o indie virar mainstream, pela extirpação da vã vaidade nas pessoas!
mas como esse não é o assunto principal deste post, fecho com a seguinte declaração: não ter medo de ser inconsistente pode ser um excelente meio de expandir o campo sensível.
esse é o nome de de um grupo do last.fm que me chamou atenção porque, creio, existe algo a se comemorar, graças à internet: hoje em dia o conceito de inconsistência mudou! existe tanta coisa à disposição, os grupos sociais se misturam, as dicas de músicas e livros e etc já não se restringem a eventos presenciais. portanto, seria difícil não haver uma natural expansão de gostos muscais.
já falei algumas vezes aqui neste blog sobre como considero a mudança uma parte essencial da trajetória de qualquer pessoa ou coisa. a maioria dos meus amigos e das pessoas que considero interessantes é da estirpe dos que já passaram por diferentes fases, cada uma especial a seu modo, e continuam no caminho do descaminho. também não preciso mencionar que eu mesma sigo esse preceito, desde que, é claro, com uma divertidamente planejada sistemática. sou a favor da consistência na volubilidade. quem admite a mudança, em geral aumenta seu espaço, se move por diferentes pólos e descobre que são todos, de alguma maneira, interligados.
por isso, digo: vamos festejar! seu gosto musical abrangente não é inconsistente! e a indy-attitude não é mais nada além de mainstream estetizado. e isso tem um lado bom. querer ser indie demais é uma bobagem, convenhamos, significa, em geral, vaidade. portanto, vamos comemorar o indie virar mainstream, pela extirpação da vã vaidade nas pessoas!
mas como esse não é o assunto principal deste post, fecho com a seguinte declaração: não ter medo de ser inconsistente pode ser um excelente meio de expandir o campo sensível.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
soft-collared neck
http://rapidshare.com/files/39853245/ayres.zip.html
coloquei no rapidshare o álbum que mais tenho escutado recentemente.
ayres, novo do helios. coisa linda de zeus.
coloquei no rapidshare o álbum que mais tenho escutado recentemente.
ayres, novo do helios. coisa linda de zeus.
acho engraçado a relação do público com membros mulheres de banda na música pop. já ouvi muita gente elogiar cantoras não muito boas musicalmente falando, dizer que tal banda vale para ouvi-la cantar e etc.
tem umas duas bandas de metal (?!) – aquelas das cantoras de cabelos longos e pretos – que, soube, levam fama de ter uma super voz feminina. me lembro de uma delas, e a voz era péssima. mocinha com aparência dark falseteando longos "ohs" e "ahs".
existe, é claro, a possibilidade sydbarrettiana de uma mulher, assim como um homem, ter uma voz não muito boa, porém ser criativa e ter muito estilo.
mas acho que já vi essa supervalorização de que falava acontecer mais com bandas locais do que superfamosas. eu gosto da voz da camila do nancy, mas, fora ela, não me lembro de mais ninguém que tenha chamado minha atenção.
inclusive, outro dia fui fazer uma 'audição' (he he he) para cantar em uma banda da cidade, e quase congelei na hora por morrer de arrependimento e não querer admitir. eu mesma, que torço nariz para pessoas visivelmente despreparadas serem escaladas pra cantar em banda que já está encaminhada! ainda bem que não deu certo e eu mal conhecia as pessoas.
enfim, existe um hype sobre mulheres vocalistas. isobel campbell? musicalmente inexpressiva. nina persson, idem. essas cantorazinhas francesas que sussurram? ai, que saco. me dê algo com mais força musical, por favor. e força não quer dizer voz mais grave e agressiva (pj harvey, etc) ou com mais atitude (coco rosie). falo de música que transparece amor pela música em si, por fazê-la como música e não outra coisa. me dê mais cat power, por favor.
– pra não parecer que rejeito a presença feminina na música, aí vai uma listinha das que admiro:
nina simone, badi assad, virgínia rodrigues, gal costa, joan baez, dorris henderson, dinah washington, ella, billie, sarah vaughan (cantando beatles? quitute), chan marshall, bethânia (em certas circunstâncias), carole king. mas a minha preferida não canta, a falecida alice coltrane.
tem umas duas bandas de metal (?!) – aquelas das cantoras de cabelos longos e pretos – que, soube, levam fama de ter uma super voz feminina. me lembro de uma delas, e a voz era péssima. mocinha com aparência dark falseteando longos "ohs" e "ahs".
existe, é claro, a possibilidade sydbarrettiana de uma mulher, assim como um homem, ter uma voz não muito boa, porém ser criativa e ter muito estilo.
mas acho que já vi essa supervalorização de que falava acontecer mais com bandas locais do que superfamosas. eu gosto da voz da camila do nancy, mas, fora ela, não me lembro de mais ninguém que tenha chamado minha atenção.
inclusive, outro dia fui fazer uma 'audição' (he he he) para cantar em uma banda da cidade, e quase congelei na hora por morrer de arrependimento e não querer admitir. eu mesma, que torço nariz para pessoas visivelmente despreparadas serem escaladas pra cantar em banda que já está encaminhada! ainda bem que não deu certo e eu mal conhecia as pessoas.
enfim, existe um hype sobre mulheres vocalistas. isobel campbell? musicalmente inexpressiva. nina persson, idem. essas cantorazinhas francesas que sussurram? ai, que saco. me dê algo com mais força musical, por favor. e força não quer dizer voz mais grave e agressiva (pj harvey, etc) ou com mais atitude (coco rosie). falo de música que transparece amor pela música em si, por fazê-la como música e não outra coisa. me dê mais cat power, por favor.
– pra não parecer que rejeito a presença feminina na música, aí vai uma listinha das que admiro:
nina simone, badi assad, virgínia rodrigues, gal costa, joan baez, dorris henderson, dinah washington, ella, billie, sarah vaughan (cantando beatles? quitute), chan marshall, bethânia (em certas circunstâncias), carole king. mas a minha preferida não canta, a falecida alice coltrane.
terça-feira, 26 de junho de 2007
what colour is love
http://rapidshare.com/files/39505399/terrycallier_whatcolourislove.zip.html
álbum completo do terry callier, para seu deleite, senhoras e senhores.
afeto =*
álbum completo do terry callier, para seu deleite, senhoras e senhores.
afeto =*
terça-feira, 19 de junho de 2007
love that loves the love that loves to love
If I ventured in the slipstream
Between the viaducts of your dreams
Where the mobile steel rims crack
And the ditch and the backroads stop
Could you find me
Would you kiss my eyes
And lay me down
In silence easy
To be born again
Van Morrison, Astral Weeks
o andré, dono do blog silence and sound (como nostromo na lista ao lado), me indicou um artigo de lester bangs, de 1979, sobre o astral weeks do van morrison. um dos parágrafos fala sobre a letra de madame george (belíssima música), e me chamou atenção pois diz que as pessoas se amam pela decadência, pela humanidade em comum. uma idéia simples e cheia de poréns, mas que me fez pensar em algo importante sobre meu tema-terminal deste blog, "sair do armário".
durante muito tempo fiz um esforço descomunal e vergonhoso para ser a namorada ideal, para atrair as pessoas por ser uma espécie de mulher maravilha. aquela que não cobra, não fala mal dos homens, não tem frescuras, está sempre alegre e bem-disposta, topa tudo, é companheira, e por aí vai. mas a verdade é que enganei a mim mesma, além dos outros. e ser assim não atraiu ninguém verdadeiramente. desde que comecei a me sentir impelida a fazê-lo, tive relacionamentos nos quais o outro me quis por achar que deveria querer uma pessoa tão cheia de qualidades, mas não porque de fato QUIS. pitagoricamente, o semelhante só é conhecido pelo semelhante... pois sim, um dos meus maiores dramas atuais é não me ser semelhante. é ainda agir sob o efeito de resíduos desse cacoete social. meus piores anos, em retrospectiva, foram aqueles nos quais aprendi essa manobra: agradar ao máximo aqueles que supostamente viviam algo que eu considerava um objetivo, agindo como eles. minhas inclinações não eram fingimento, mas o que eu fazia delas, sim, um bocado. e só agora me vejo de fato começando a atividade propriamente dita dessas inclinações.
escrevo isto no blog, assim exposto, porque terapeuticamente preciso saber expor e admitir falhas. inclusive as enormes. ter vivido na superfície das coisas por anos me envergonha e me faz pensar que ninguém poderá gostar de mim se souber disso. mas não é verdade. essa é a boa nova. a maioria das pessoas faz, em alguma medida, o que eu fiz, e morre sem perceber. fiz bastante esforço para mostrar a superfície dos meus interesses (exemplo: checklist de gostos literários, musicais, etc) e acabei sobrepujando o que estava por baixo, que é honesto, interessante e bem mais pessoal. de acesso mais difícil, mais restrito, mas isso não é bom?
enfim, vivo agora a rebordosa dessa confusão. a constante dúvida (estou demorando um absurdo pra terminar este post) entre mostrar ou não. não saber ao certo se é muito ruim ou pouco ruim ter feito o que fiz. o horror de vergonha ao lembrar de comportamentos, coisas ditas, palavras atropeladas, ansiedades e reações precipitadas. se o que lester disse tem algo de verdade, alguém há de achar bonito todas essas labirínticas empreitadas sociais e emocionais, toda a raiva e o amor desprendidos no processo. sim, porque saberá, acredito, reconhecer os mínimos sinais. será alfabetizado por reconhecimento no vocabulário maírico e terá uma criatividade caracteristicamente humana em juntar as peças de forma, possivelmente, ainda mais bonita que a original.
Between the viaducts of your dreams
Where the mobile steel rims crack
And the ditch and the backroads stop
Could you find me
Would you kiss my eyes
And lay me down
In silence easy
To be born again
Van Morrison, Astral Weeks
o andré, dono do blog silence and sound (como nostromo na lista ao lado), me indicou um artigo de lester bangs, de 1979, sobre o astral weeks do van morrison. um dos parágrafos fala sobre a letra de madame george (belíssima música), e me chamou atenção pois diz que as pessoas se amam pela decadência, pela humanidade em comum. uma idéia simples e cheia de poréns, mas que me fez pensar em algo importante sobre meu tema-terminal deste blog, "sair do armário".
durante muito tempo fiz um esforço descomunal e vergonhoso para ser a namorada ideal, para atrair as pessoas por ser uma espécie de mulher maravilha. aquela que não cobra, não fala mal dos homens, não tem frescuras, está sempre alegre e bem-disposta, topa tudo, é companheira, e por aí vai. mas a verdade é que enganei a mim mesma, além dos outros. e ser assim não atraiu ninguém verdadeiramente. desde que comecei a me sentir impelida a fazê-lo, tive relacionamentos nos quais o outro me quis por achar que deveria querer uma pessoa tão cheia de qualidades, mas não porque de fato QUIS. pitagoricamente, o semelhante só é conhecido pelo semelhante... pois sim, um dos meus maiores dramas atuais é não me ser semelhante. é ainda agir sob o efeito de resíduos desse cacoete social. meus piores anos, em retrospectiva, foram aqueles nos quais aprendi essa manobra: agradar ao máximo aqueles que supostamente viviam algo que eu considerava um objetivo, agindo como eles. minhas inclinações não eram fingimento, mas o que eu fazia delas, sim, um bocado. e só agora me vejo de fato começando a atividade propriamente dita dessas inclinações.
escrevo isto no blog, assim exposto, porque terapeuticamente preciso saber expor e admitir falhas. inclusive as enormes. ter vivido na superfície das coisas por anos me envergonha e me faz pensar que ninguém poderá gostar de mim se souber disso. mas não é verdade. essa é a boa nova. a maioria das pessoas faz, em alguma medida, o que eu fiz, e morre sem perceber. fiz bastante esforço para mostrar a superfície dos meus interesses (exemplo: checklist de gostos literários, musicais, etc) e acabei sobrepujando o que estava por baixo, que é honesto, interessante e bem mais pessoal. de acesso mais difícil, mais restrito, mas isso não é bom?
enfim, vivo agora a rebordosa dessa confusão. a constante dúvida (estou demorando um absurdo pra terminar este post) entre mostrar ou não. não saber ao certo se é muito ruim ou pouco ruim ter feito o que fiz. o horror de vergonha ao lembrar de comportamentos, coisas ditas, palavras atropeladas, ansiedades e reações precipitadas. se o que lester disse tem algo de verdade, alguém há de achar bonito todas essas labirínticas empreitadas sociais e emocionais, toda a raiva e o amor desprendidos no processo. sim, porque saberá, acredito, reconhecer os mínimos sinais. será alfabetizado por reconhecimento no vocabulário maírico e terá uma criatividade caracteristicamente humana em juntar as peças de forma, possivelmente, ainda mais bonita que a original.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
feliz 25 anos, bruna!
antes de chegar julho, quando fecharei o blog, preciso terminar de postar meus anúncios de saída do armário. o anterior a este, como podem ver, trata do meu lado crescente como consumista-consciente. este aqui, confessionário será de agruras vidabandidísticas.
* nunca gostei de ficar alterada – se um dia me embebedei e/ou fiz uso de drogas fumáveis, foi para não me sentir maricas perante os outros. quando bebo pouco e a bebida é coisa de qualidade, é pelo gosto e pelo clima, não para fica alterada. portanto, já que é passada a fase do medo de decepcionar, não me convidem para encher a cara e nem ficar muito doida!
* não tenho negócios a fazer em festinhas – costumava ir a festinhas com dois objetivos: ver meus amigos e partir pra guerra. aos poucos, percebi que não tenho inclinações bélicas que justifiquem a manobra. aprendi a gostar de dançar (o que significa que, quando de fato vou a alguma festa, é para isso). amigos, quero vê-los em casa, no bar, no restaurante, quem sabe no cinema – e agora admito, mais do que nunca – adoraria vê-los durante o dia também, fazer passeios agradáveis e salutares ou almoços ensolarados. festinhas costumam me dar a sensação de ser chinês no vaticano.
* o título do post nada tem a ver com o conteúdo, é evidente.
* nunca gostei de ficar alterada – se um dia me embebedei e/ou fiz uso de drogas fumáveis, foi para não me sentir maricas perante os outros. quando bebo pouco e a bebida é coisa de qualidade, é pelo gosto e pelo clima, não para fica alterada. portanto, já que é passada a fase do medo de decepcionar, não me convidem para encher a cara e nem ficar muito doida!
* não tenho negócios a fazer em festinhas – costumava ir a festinhas com dois objetivos: ver meus amigos e partir pra guerra. aos poucos, percebi que não tenho inclinações bélicas que justifiquem a manobra. aprendi a gostar de dançar (o que significa que, quando de fato vou a alguma festa, é para isso). amigos, quero vê-los em casa, no bar, no restaurante, quem sabe no cinema – e agora admito, mais do que nunca – adoraria vê-los durante o dia também, fazer passeios agradáveis e salutares ou almoços ensolarados. festinhas costumam me dar a sensação de ser chinês no vaticano.
* o título do post nada tem a ver com o conteúdo, é evidente.
terça-feira, 12 de junho de 2007
feliz dia dos namorados
hoje estive no palácio do planalto e assisti a uma reunião de estudos sobre mudança climática. como o assunto está em todas as pautas de jornais por aí, deixo os comentários sobre ele de lado, não sem antes encorajar a todos que busquem se conscientizar. dêem uma olhada em www.mundosustentavel.com.br ou simplesmente busquem no google palavras-chave como "mudança climática" "climate change" "IPCC"...
ao final da última palestra, ocorreu o que eu estava esperando desde o início: discutiu-se o consumo. é um assunto um tanto bicudo, a maioria dos jornalistas evitam ou eufemizam. andré trigueiro, o palestrante em questão, foi deveras desviante ao dar sua opinião, que está alinhada à minha.
faz muito tempo que preciso sair do armário quanto a isso. mas sair de verdade. quem me conhece, sabe que tenho minhas restrições quanto a publicidade, mundo da moda, etc. mas o cenário é mais tétrico do que parece. de fato, nausicamente* abomino os padrões de consumo atuais. me sinto mal, me tira o sono, me deixa de mau humor saber que a grande maioria da população mundial tem sonhos um tanto quanto materialistas.
sinto cansaço até de elaborar o assunto, já apaguei umas 5 linhas escritas. enfim, acredito que o dia dos namorados, entre outras datas oportunamente criadas para o consumo, seja um bom ensejo para refletirmos melhor sobre nossos costumes. num país com consumo igualado ao modo de vida, tal como os eua, a emissão de gases de efeito estufa é absurda. os valores da população são absurdos. assistam ao canal e! da tv a cabo por alguns minutos e vejam do que estou falando. acho tristíssima essa perspectiva para o brasil, que, sim, caminha para ela.
decidi não comprar mais roupas de marca, a não ser que seja algo como casaco de muito frio, sei lá. agora vou comprar roupas e sapatos, na medida do possível, em feiras ou lojas que são microempresas, que quem faz a roupa é uma equipe de costureiras que vivem daquilo. e assim espero fazer, no futuro, com outras coisas também, como móveis, roupa de cama, enfim, quaisquer objetos que não envolvam alta tecnologia. quanto aos últimos: tentar usar ao máximo um computador antes de trocá-lo, o mesmo vale para aparelho celular e outros eletro-eletrônicos. não deixar aparelhos ligados já é uma medida. comprar alimentos orgânicos também. quem sabe coleta seletiva e compostagem estejam num futuro próximo. carro? nem pensar. não compro. exageros de vaidade como pintar cabelo, comprar mil maquiagens e fazer plásticas? não, não gosto mesmo. prefiro investir em cuidar dos dentes, da pele, da saúde e ficar bonita assim.
honestamente, acho que isso me dará um pouco mais de vontade de enfrentar os dias de sempre. ainda que em todos eles precise testemunhar o quanto a maioria das pessoas é alheia a tudo isso.
do que eu preciso pra ser feliz, se quero começar a consumir menos?
consumir menos é uma das coisas. as outras que preciso são: sair do armário e ser ativa sobre tais posicionamentos. ter amigos. não ter medo de ser ecochata, entre outras pechas. ouvir e fazer música. ter bons relacionamentos (de todo tipo, frise-se). ter saúde. ter contato com o meio ambiente natural. usar minhas faculdades para fins edificantes, ainda que não tão diretamente aplicáveis quanto consumo consciente.
* nausicamente = de forma nauseabunda e também um pouco ingênua (referência a nausícaa, personagem da odisséia)
ao final da última palestra, ocorreu o que eu estava esperando desde o início: discutiu-se o consumo. é um assunto um tanto bicudo, a maioria dos jornalistas evitam ou eufemizam. andré trigueiro, o palestrante em questão, foi deveras desviante ao dar sua opinião, que está alinhada à minha.
faz muito tempo que preciso sair do armário quanto a isso. mas sair de verdade. quem me conhece, sabe que tenho minhas restrições quanto a publicidade, mundo da moda, etc. mas o cenário é mais tétrico do que parece. de fato, nausicamente* abomino os padrões de consumo atuais. me sinto mal, me tira o sono, me deixa de mau humor saber que a grande maioria da população mundial tem sonhos um tanto quanto materialistas.
sinto cansaço até de elaborar o assunto, já apaguei umas 5 linhas escritas. enfim, acredito que o dia dos namorados, entre outras datas oportunamente criadas para o consumo, seja um bom ensejo para refletirmos melhor sobre nossos costumes. num país com consumo igualado ao modo de vida, tal como os eua, a emissão de gases de efeito estufa é absurda. os valores da população são absurdos. assistam ao canal e! da tv a cabo por alguns minutos e vejam do que estou falando. acho tristíssima essa perspectiva para o brasil, que, sim, caminha para ela.
decidi não comprar mais roupas de marca, a não ser que seja algo como casaco de muito frio, sei lá. agora vou comprar roupas e sapatos, na medida do possível, em feiras ou lojas que são microempresas, que quem faz a roupa é uma equipe de costureiras que vivem daquilo. e assim espero fazer, no futuro, com outras coisas também, como móveis, roupa de cama, enfim, quaisquer objetos que não envolvam alta tecnologia. quanto aos últimos: tentar usar ao máximo um computador antes de trocá-lo, o mesmo vale para aparelho celular e outros eletro-eletrônicos. não deixar aparelhos ligados já é uma medida. comprar alimentos orgânicos também. quem sabe coleta seletiva e compostagem estejam num futuro próximo. carro? nem pensar. não compro. exageros de vaidade como pintar cabelo, comprar mil maquiagens e fazer plásticas? não, não gosto mesmo. prefiro investir em cuidar dos dentes, da pele, da saúde e ficar bonita assim.
honestamente, acho que isso me dará um pouco mais de vontade de enfrentar os dias de sempre. ainda que em todos eles precise testemunhar o quanto a maioria das pessoas é alheia a tudo isso.
do que eu preciso pra ser feliz, se quero começar a consumir menos?
consumir menos é uma das coisas. as outras que preciso são: sair do armário e ser ativa sobre tais posicionamentos. ter amigos. não ter medo de ser ecochata, entre outras pechas. ouvir e fazer música. ter bons relacionamentos (de todo tipo, frise-se). ter saúde. ter contato com o meio ambiente natural. usar minhas faculdades para fins edificantes, ainda que não tão diretamente aplicáveis quanto consumo consciente.
* nausicamente = de forma nauseabunda e também um pouco ingênua (referência a nausícaa, personagem da odisséia)
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Bloomsday 2007
16 de junho, 20h, O'Rilley 409 sul
Apresentação cênica (e encadeada) de trechos das obras:
. Ulysses e Finnegans Wake, de James Joyce
. Odisséia, de Homero
. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
. Meu tio, o Iauaretê (conto), de Guimarães Rosa
Bloomsday é o nome dado ao dia em que Leopold Bloom sai a se aventurar por Dublin, no livro Ulysses. Esse dia, 16 de junho, é comemorado tradicionalmente na Irlanda e em outros lugares do mundo. Será a primeira vez de Brasília.
A encenação começa pontualmente às 20h.
Apresentação cênica (e encadeada) de trechos das obras:
. Ulysses e Finnegans Wake, de James Joyce
. Odisséia, de Homero
. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
. Meu tio, o Iauaretê (conto), de Guimarães Rosa
Bloomsday é o nome dado ao dia em que Leopold Bloom sai a se aventurar por Dublin, no livro Ulysses. Esse dia, 16 de junho, é comemorado tradicionalmente na Irlanda e em outros lugares do mundo. Será a primeira vez de Brasília.
A encenação começa pontualmente às 20h.
terça-feira, 5 de junho de 2007
a era das promessas
vou contar pros meus leitores uma história real e perfeitamente decifrável, neste mês que é véspera do ocaso do presente blog.
nasci prematura, de 8 meses. mamãe disse que não pôde me segurar. foi parto normal e risonho (ela fazia yoga); saí pequeniníssima e magríssima, morena. depois do primeiro banho, fiquei loira. e a maíra primogênita loirinha olhava torto,olhava meio incomodado. nasci com catarata. falei minha primeira palavra aos 9 meses, e ela foi "luz!", acompanhada por dedo que mostrava lâmpada. apesar do olho direito como duplo fantasma, aprendi a ler sozinha, mas não sei com que idade. sei que antes de proferir minha primeira palavra lida – LINGUADO – aos 4 anos, já identificava palavras nas lombadas de livros moradores das prateleiras inferiores, sem saber que isso era ler. uma dessas dizia "O Linguado, de Günther Grass" e achei que grass fosse o nome da minha mãe (Graça), só que meio estranho (não me lembro se já entendia o que eram outras línguas). mas não foi daí que li (em voz alta) minha primeira palavra, foi de um pôster com fotos e nomes de peixes que havia perto da estante do telefone. só sei que tinha linguado e robalo, os outros não me lembro. hoje em dia penso que falei "linguado" em voz alta porque identifiquei a mesma palavra. mas, secretamente, acredito que foi porque gostei dela. um futuro promissor, sim senhor. anos depois, na pré-adolescência, li um conto de grimm sobre um pescador e sua mulher (Ilsebill). o pescador, ao ver a solha no anzol, atira-a de volta ao mar, ao que ela responde com uma oferta de alguma graça concedida. a mulher pede uma casa maior, e a tem no dia seguinte. todos os dias o pescador pega a tal solha e a manobra se repete: os pedidos de Ilsebill ficam cada vez mais ambiciosos (e o mar mais agitado) até que ela pede para ser dono do universo (assim mesmo, flexão masculina) e volta a ser uma pobre mulher de pescador. esse foi meu preferido do livro, que até guardei. em 2002 comecei um curso de leitura e produção de textos e fiz, como exercício, um conto ligeiramente inspirado nesse dos irmãos grimm, mas usei um linguado ao invés de solha. (opa) de fato, eu não sabia que linguado e solha são peixes da mesma espécie. descobri casualmente, ao conversar com alguém do nordeste. monomania aguçada, resolvi finalmente ler o tal "O Linguado, de Günther Grass" – ainda habitante das prateleiras de baixo (de outra estante) – e meu futuro promissor veio abaixo quando descobri que o tal alemão também gostou do conto de Grimm e escreveu o romance com a mesma idéia de efeito que o meu subserviente exercício de escritura. certo, certo, meu futuro promissor não caiu por causa disso, mas é uma história que justifica muitas referências ícticas que faço por aí, assim como outras coisas nesse campo lexical/semântico.
depois disso, houve modificações substanciais no meu exercício (que se chamou "O Rejunte das Águas") e ele foi publicado no jornalzinho da FAU e não traduzido e editado pela Nova Fronteira. também fiz outros exercícios literários, alguns deles disfarçadamente publicados aqui, mas estou numa pausa que já dura bem mais de um ano. assim acontece não só com minhas inclinações escriturísticas, mas também com todas as outras (abundantes) inclinações que tenho. já há quase um ano não produzo nada e nem registro nada (desmemória mesmo, eu que por muito tempo fui elefante), nenhuma promessa se concretizou. o linguado, sem saber, foi minha musa até agora. acho que (assim como meu pai, que só pinta peixes), talvez deva me desatrelar. ou isso não faz a menor diferença. sei que estou, salvo engano trágico, numa segunda era das promessas (ainda não realizadas, sublinhe-se), e assim escolho interpretar meu mergulho peterpânico que agora quero fazer emergir como um adulto (que EXISTE, SIM) promissor.
rock n'roll.
nasci prematura, de 8 meses. mamãe disse que não pôde me segurar. foi parto normal e risonho (ela fazia yoga); saí pequeniníssima e magríssima, morena. depois do primeiro banho, fiquei loira. e a maíra primogênita loirinha olhava torto,olhava meio incomodado. nasci com catarata. falei minha primeira palavra aos 9 meses, e ela foi "luz!", acompanhada por dedo que mostrava lâmpada. apesar do olho direito como duplo fantasma, aprendi a ler sozinha, mas não sei com que idade. sei que antes de proferir minha primeira palavra lida – LINGUADO – aos 4 anos, já identificava palavras nas lombadas de livros moradores das prateleiras inferiores, sem saber que isso era ler. uma dessas dizia "O Linguado, de Günther Grass" e achei que grass fosse o nome da minha mãe (Graça), só que meio estranho (não me lembro se já entendia o que eram outras línguas). mas não foi daí que li (em voz alta) minha primeira palavra, foi de um pôster com fotos e nomes de peixes que havia perto da estante do telefone. só sei que tinha linguado e robalo, os outros não me lembro. hoje em dia penso que falei "linguado" em voz alta porque identifiquei a mesma palavra. mas, secretamente, acredito que foi porque gostei dela. um futuro promissor, sim senhor. anos depois, na pré-adolescência, li um conto de grimm sobre um pescador e sua mulher (Ilsebill). o pescador, ao ver a solha no anzol, atira-a de volta ao mar, ao que ela responde com uma oferta de alguma graça concedida. a mulher pede uma casa maior, e a tem no dia seguinte. todos os dias o pescador pega a tal solha e a manobra se repete: os pedidos de Ilsebill ficam cada vez mais ambiciosos (e o mar mais agitado) até que ela pede para ser dono do universo (assim mesmo, flexão masculina) e volta a ser uma pobre mulher de pescador. esse foi meu preferido do livro, que até guardei. em 2002 comecei um curso de leitura e produção de textos e fiz, como exercício, um conto ligeiramente inspirado nesse dos irmãos grimm, mas usei um linguado ao invés de solha. (opa) de fato, eu não sabia que linguado e solha são peixes da mesma espécie. descobri casualmente, ao conversar com alguém do nordeste. monomania aguçada, resolvi finalmente ler o tal "O Linguado, de Günther Grass" – ainda habitante das prateleiras de baixo (de outra estante) – e meu futuro promissor veio abaixo quando descobri que o tal alemão também gostou do conto de Grimm e escreveu o romance com a mesma idéia de efeito que o meu subserviente exercício de escritura. certo, certo, meu futuro promissor não caiu por causa disso, mas é uma história que justifica muitas referências ícticas que faço por aí, assim como outras coisas nesse campo lexical/semântico.
depois disso, houve modificações substanciais no meu exercício (que se chamou "O Rejunte das Águas") e ele foi publicado no jornalzinho da FAU e não traduzido e editado pela Nova Fronteira. também fiz outros exercícios literários, alguns deles disfarçadamente publicados aqui, mas estou numa pausa que já dura bem mais de um ano. assim acontece não só com minhas inclinações escriturísticas, mas também com todas as outras (abundantes) inclinações que tenho. já há quase um ano não produzo nada e nem registro nada (desmemória mesmo, eu que por muito tempo fui elefante), nenhuma promessa se concretizou. o linguado, sem saber, foi minha musa até agora. acho que (assim como meu pai, que só pinta peixes), talvez deva me desatrelar. ou isso não faz a menor diferença. sei que estou, salvo engano trágico, numa segunda era das promessas (ainda não realizadas, sublinhe-se), e assim escolho interpretar meu mergulho peterpânico que agora quero fazer emergir como um adulto (que EXISTE, SIM) promissor.
rock n'roll.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
roacutango em do menor
me fizeste uma promessa
cá estou a esperar
te concedo minha saúde, omessa
enquanto estás a me esfalfar
meu rosto dilacerado
meus lábios a sangrar
ai de mim, ai minhas entranhas
murmuro ao manquejar
em depaupério
em desvario
na cama a esmorecer
meu coração, tão sombrio
meu escrever, ora tão sério
cá desejam te escarnecer
mas, espere, ainda no peito
nutrida esperança a medrar
em sua delonga, a minha cura
ó, doce escravatura
nem em ébria me posso tornar
suportar os grilhões do eito
assim, me curvo, será feito
e aqui, portanto, assim lhe afigura
sua serva, a lhe celebrar
(e, de novo, a falta de paralelismo)
cá estou a esperar
te concedo minha saúde, omessa
enquanto estás a me esfalfar
meu rosto dilacerado
meus lábios a sangrar
ai de mim, ai minhas entranhas
murmuro ao manquejar
em depaupério
em desvario
na cama a esmorecer
meu coração, tão sombrio
meu escrever, ora tão sério
cá desejam te escarnecer
mas, espere, ainda no peito
nutrida esperança a medrar
em sua delonga, a minha cura
ó, doce escravatura
nem em ébria me posso tornar
suportar os grilhões do eito
assim, me curvo, será feito
e aqui, portanto, assim lhe afigura
sua serva, a lhe celebrar
(e, de novo, a falta de paralelismo)
Assinar:
Postagens (Atom)